Conta a lenda que certa
feita em algum recanto deste planeta existia um sábio, que chamavam pelo
singelo nome de Sri Prem Tata.
Ele e seu fiel companheiro de viagem
percorriam as cidades, vilas e vales ensinando o valor dos pequenos regalos da
vida, normalmente oculto ao vivente não contemplativo.
Um dia, o solícito companheiro
perguntou ao mestre qual era a atividade mais importante a ser ensinada às
pessoas. O sábio, esboçando um leve sorriso, lembrou ao pupilo que nada há para
ser ensinado, o máximo que seria possível conseguir era oportunizar a cada um a
descoberta do sábio que há em si.
Escutando atentamente, mas ainda ávido
por mais sabedoria, o jovem escudeiro indagou qual seria a razão de as pessoas
agirem com tamanho grau de agressividade, insensatez e inquietude e qual seria
a pergunta mais importante a ser respondida. O mestre destacou que o que tinha
dito anteriormente está intimamente relacionado com a pergunta que as pessoas
tendem a evitar: “Você nem desconfia porque age assim, não é mesmo?”
A inconsciência do sentido, finalidade
e objeto da própria existência aliada ao total desconhecimento dos traumas e
conflitos pessoais geradores de cada ato ou comportamento humano, leva o
indivíduo a crer que tudo é obra do acaso e a existência é desprovida de leis e
princípios, assim, vive sem saber de onde veio, para onde vai e,
principalmente, o que está fazendo aqui. Complementa, contemplativo, o mestre:
“A realidade exterior, que chamamos de destino, é derivada das condições
psíquicas do indivíduo, que por sua vez é determinada pelas questões egóicas
não trabalhadas, tais como medos, culpas e complexos.”
Aquelas palavras levaram o pupilo a
refletir, ao tempo que ambos caminhavam em companhia dos gradientes raios
solares do crepúsculo vespertino.
*desenho de autoria de Jailson Arquino.
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