Baseada na revisão bibliográfica realizada neste
estudo, compreendi que o anseio pelo divino é uma necessidade inerente ao ser
humano na medida em que se busca a compreensão do sentido de vida. Todos nós,
consciente ou inconscientemente, estamos numa jornada de autodescoberta para o reencontro com a nossa verdadeira
essência – Deus –, o divino que existe em nós.
Nesse contexto a experiência tem mostrado que o
caminho do autoconhecimento é permeado de questionamentos e insatisfações que
podem ser considerados por nós como decorrentes de eventos relacionados ao
nosso mundo exterior, o que nem sempre é verdade. Da mesma forma, quando
escolhemos o caminho da religião como prática instituída, na tentativa de
aplacar nossas necessidades mais íntimas, estamos muitas vezes mergulhando na
ilusão de que a busca por Deus, ou o encontro com a nossa dimensão sagrada, é
algo que se processa do lado de fora.
Para além dessa compreensão, o atendimento
dessas necessidades começa quando nos propomos a mergulhar nos recônditos do
nosso próprio ser e a nos perceber como a totalidade que somos. É nesse exame
interior que o homem mobiliza os recursos que lhe possibilitarão transpor os
limites estreitos de sua materialidade, desenvolvendo e reencontrando seus
potenciais divinos. Assim, ainda que os
meus questionamentos tenham sido motivo de grande insatisfação, produziram a
abertura necessária ao início dessa frutífera jornada interior, conduzindo-me
ao encontro da minha divindade.
No contexto da ciência, as descobertas recentes
da física moderna – ao redefinir conceitos fundamentais da realidade como
matéria, vida e consciência – associadas ao surgimento da psicologia
transpessoal, vêm respaldar essa compreensão da espiritualidade como algo
inerente à natureza humana, cujo desenvolvimento e
autocuidado independem da adesão a uma religião formalmente constituída.
Diante disso, podemos afirmar que os resultados deste
estudo apontam para diferentes formas de buscar o transcendente, o sagrado, o
divino que existe em cada um de nós, e que a religião e a religiosidade são
caminhos, mas não obrigatoriamente os únicos. As diferentes vertentes do
conhecimento humano como a filosofia, a teosofia, a meditação, a física
moderna, entre outras, levam o homem às mesmas reflexões que a religião, portanto,
podem operar o mesmo grau de transformação interior e de evolução,
representando, assim, um recurso importante no desenvolvimento da
espiritualidade humana.
Jeruzia Costa de Medeiros
*Artigo científico apresentado ao Curso de Pós-graduação (Lato
Senso) em Psicologia Transpessoal da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro em
parceria com o Instituto Celta, como requisito parcial para obtenção do Título
de Especialista em Psicologia Transpessoal.
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