Resumo
do Livro VI – Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901)
Capítulo
I – O esquecimento de nomes próprios
_ cheguei
à conclusão que o esquecimento temporário de nomes próprios, em que uma função
psíquica – a memória – se recusa a funcionar, admite uma explicação de muito
maior alcance do que a valorização usual que se dá ao fenômeno - p. 19;
_ o
processo que deveria levar à reprodução do nome perdido foi deslocado, e por
isso conduziu a um substituto incorreto. Minha hipótese é que esse deslocamento
não está entregue a uma escolha psíquica arbitrária, mas segue vias previsíveis
que obedecem leis – p. 19/20;
_ exemplo
do esquecimento do nome Signorelli – vontade de esquecer algo que havia
recalcado (recalcamento – primeiro mecanismo do esquecimento) - p. 20/21;
_ elucidamos
o mecanismo da ilusão de memória – p. 23;
_ condições
necessárias para se esquecer um nome – p. 23;
_ além
da ligação externa, há uma ligação de conteúdo - p. 24;
_
fatores decisivos para trazer à consciência os nomes substitutos – p. 24;
Capítulo
II – O esquecimento de palavras estrangeiras
_
caso do esquecimento do verso de Virgílio – p. 27;
_
para elucidar o lapso o paciente tem que falar de forma sincera e sem nenhuma
crítica tudo o que lhe ocorre sobre o tema – p. 28;
_
segundo mecanismo do esquecimento – perturbação de um processo por uma
contradição interna proveniente do recalcado – p. 32;
Capítulo
III – O esquecimento de nomes e sequências de palavras
_
função útil do ato falho e associações encobridoras – p. 37;
_ perdoar é uma arrogância que deveria ser deixada a Deus e aos sacerdotes – p. 37;
_ perdoar é uma arrogância que deveria ser deixada a Deus e aos sacerdotes – p. 37;
_ o
comum em todos os casos de esquecimento, independentemente do material, é o
fato de o esquecido ou distorcido estabelecer uma ligação, por alguma via
associativa, com um conteúdo de pensamento inconsciente – um conteúdo do
pensamento que é fonte do efeito manifestado no esquecimento – p. 38;
_ o
nome perdido toca num complexo pessoal, que pode ser profissional, familiar e
outros – p. 39;
_
caso de auto-referência – p. 42;
_ num
grande número de casos um nome é esquecido, não porque ele próprio desperte
esses motivos, mas porque graças à semelhança fonética e à homofonia – ele toca
em outro nome com o qual se voltam esses motivos – p. 48;
_ Ferenczi
observou que o esquecimento de nomes também pode aparecer como um sintoma
histérico – p. 55;
_ o
mecanismo de esquecimento de nomes consiste em que a pretendida reprodução do
nome sofre a interferência de uma cadeia de pensamentos estranha, não
consciente no momento. Entre o nome assim perturbado e o complexo perturbador
existe uma conexão preexistente - p. 56;
_ entre
os motivos para essa interferências destaca-se o propósito de evitar que as
lembranças despertem desprazer – p. 56;
_ dois
tipos principais de esquecimento de nomes – p. 56;
_
caso de esquecimento coletivo – p. 56;
_ caso
de esquecimento sucessivo de nomes – p. 57;
Capítulo
IV – Lembranças da infância e lembranças encobridoras
_ natureza
tendenciosa do funcionamento da nossa memória – p. 59;
_
aceitamos com demasiada indiferença o fato da amnésia infantil – p. 61;
_ o
esquecimento da infância pode nos fornecer a chave para o entendimento das
amnésias, que estão na base da formação de todos os sintomas neuróticos – p. 62;
Capítulo
V – Lapsos da fala
_ categorias
dos lapsos da fala – p. 67;
_ ligação
entre os chistes e os lapsos de fala – p. 89;
_
prestação de valiosos serviços pelos lapsos de fala – p. 91;
_ os
erros mais insignificantes e óbvios da fala têm sentido e podem ser explicados
do mesmo modo que os exemplos mais notáveis – p. 109;
Capítulo
VI – Lapsos de leitura e lapsos de escrita
_ quanto
aos erros na leitura e na escrita, constatamos que os mesmos pontos de vista e
observações aplicados aos equívocos na fala também são válidos considerando-se
o íntimo parentesco entre essas funções – p. 115;
(A) Lapsos
de leitura
_ os
mitos e lendas dos antigos gregos tiveram sua principal raiz nos fantasmas do
sono, nos fenômenos dos sonhos e também nos delírios – p. 115;
_
num imenso número de casos é a predisposição do leitor que altera a leitura e
introduz no texto algo que corresponde a suas expectativas ou que o está
ocupando – p. 121;
_ a
profissão ou a situação atual do leitor determinam o resultado de seu lapso de
leitura – p. 121;
(B)
Lapsos de escrita
_ o
mais insignificante lapso de escrita pode expressar um perigoso sentido secreto
– p. 132;
_ as
omissões na redação podem ser avaliadas da mesma maneira que os lapsos de
escrita – p. 135;
_
entre os lapsos da escrita e o esquecimento podemos inserir o caso da pessoa
que esquece de apor a sua assinatura – p. 139;
Capítulo
VII – O esquecimento de impressões e intenções
_ se
alguém se sentir propenso a superestimar o estado de nosso atual conhecimento
da vida anímica, recordar-lhe a função da memória será o bastante para força-lo
a ser mais modesto – 141;
_
até agora, nenhuma teoria psicológica conseguiu dar uma explicação coerente do
fenômeno fundamental da lembrança e do esquecimento – p. 141;
_
faço uma distinção entre o esquecimento de impressões e experiências, ou seja,
de um saber, e o esquecimento de intenções, ou seja, da omissão de um fazer.
Posso antecipar o resultado uniforme de toda a série de observações: na
totalidade dos casos, o esquecimento mostrou basear-se num motivo de desprazer
– p. 143;
(A)
O esquecimento de impressões e conhecimentos
_
quando se observam um conjunto de casos de extravio, torna-se realmente difícil
de acreditar que alguma coisa possa ser extraviada sem que isso seja produto de
uma intenção consciente – p. 150;
_
também nas pessoas saudáveis, não neuróticas, encontramos sinais abundantes de
que uma resistência se opõe à lembrança de impressões aflitivas, à
representação de pensamentos aflitivos – p. 152;
(B)
O esquecimento de intenções
_
nenhum grupo se presta melhor do que o esquecimento de intenções para comprovar
a tese de que, por si só, a falta de atenção não basta para explicar os atos
falhos – p. 157;
_
talvez seja universal que a avidez primitiva do lactante, que quer apossar-se
de todos os objetos (para leva-los à boca), só tenha sido superada de maneira
incompleta pela cultura e pela educação – p. 162;
_ no
que concerne às intenções de certa importância, descobrimos, em geral, que elas
são esquecidas quando contra elas se erguem motivos obscuros. No caso das que
têm importância bem menor, podemos reconhecer um segundo mecanismo de
esquecimento: uma contravontade se transfere de algum outro ponto para a
intenção – p. 163;
_
quando se esquece de fazer uma coisa uma vez, ainda se há de esquecê-la muito
mais – p. 165;
_
formação de falsas intenções – p. 165;
Capítulo
VIII – Equívocos na ação
_ não
sou de modo algum o primeiro a supor um sentido e um propósito por trás das
pequenas perturbações funcionais da vida cotidiana das pessoas sadias – p. 167;
_
persistência obstinada num ato de inabilidade serve a propósitos inconfessados,
e de modo muito hábil – p. 172;
_ de
maneira semelhante, cair, dar um passo em falso e escorregar nem sempre
precisam ser interpretados como falhas puramente acidentais das funções
motoras. O duplo sentido que a linguagem confere a essas expressões é suficiente
para indicar o tipo de fantasias guardadas que se podem representar através
desses abandonos do equilíbrio corporal – p. 178;
_
autodestruição semi-intencional – p. 183;
Capítulo
IX – Atos casuais e somáticos
_ os
atos descritos até aqui (Capítulo VIII), nos quais reconhecemos a execução de
uma intenção inconsciente, apareciam sob a forma de perturbações de outros atos
tencionados e se ocultavam sob o pretexto da falta de habilidade. Os atos
“casuais” a serem discutidos agora só diferem das ações “equivocadas” pelo fato
de desprezarem o apoio da intenção consciente e, portanto, não terem
necessidade de um pretexto. Aparecem por conta própria e são permitidos por não
se suspeitar de que haja neles algum objetivo ou intenção – p. 193;
_
esses atos insignificantes são determinados por pensamentos inconscientes. A
fronteira entre os atos sintomáticos e os equívocos na ação é tão pouco nítida
que eu bem poderia ter incluído esses exemplos no capítulo anterior – p. 193;
_
por trás das ocupações com que se brinca escondem regularmente um sentido e
significado aos quais se nega outra forma de expressão – p. 195;
_
pode ser estreita a relação entre um ato simbólico realizado pela força do
hábito e os aspectos mais íntimos e importantes da vida de uma pessoa sadia –
p. 196;
_
qualquer um que se disponha a observar o próximo durante as refeições poderá
identificar nele os mais belos e instrutivos atos simbólicos – p. 201;
_ a
perda das coisas valiosas serve para expressar uma multiplicidade de moções –
p. 207;
_ a
disposição de busca inconsciente tem muito mais probabilidade de êxito do que a
atenção conscientemente dirigida – p. 209;
_
são os atos sintomáticos que costumam oferecer a melhor abordagem para a
compreensão da vida anímica íntima das pessoas – p. 209;
_ o
caminho para se observar o preceito do “Conhece-te a ti mesmo” passa pelo
estudo dos próprios atos e omissões aparentemente acidentais – p. 211;
Capítulo
X – Erros
_ os
erros de memória distinguem-se do esquecimento acompanhado por ilusões da
memória unicamente por um traço: nos primeiros, o erro (a ilusão de memória)
não é reconhecido como tal, mas é-lhe dado crédito. A antítese do erro de
memória é a ignorância – p. 217;
_
Goethe disse a respeito de Lichtenberg: “Ali onde ele faz uma brincadeira, oculta-se
um problema.” Pode-se dizer algo semelhante sobre os trechos de meu livro aqui
citados: ali onde surge um erro, oculta-se um recalcamento – p. 218;
_
talvez seja consequência de minha prática de psicanálise que eu quase já não
consiga mentir – p. 221;
_
proibição de Freud de um paciente telefonar para a amada com quem ele mesmo
queria romper – p. 221;
_
esquecimento para realização de um desejo – p. 227;
_ só
aos espíritos mais seletos e equilibrados parece ser possível preservar a
imagem da realidade externa, tal como percebida, da distorção que ela costuma
ficar sujeita em sua passagem pela individualidade psíquica daquele que percebe
– p. 228;
Capítulo
XI – Atos falhos combinados
_
casos de atos falhos que se repetem obstinadamente – p. 230;
_
vãs tentativas de se realizar uma ação que se opõe uma resistência interna – p.
230;
_
extravio, quebra e esquecimento como expressão de uma contravontade repelida –
p. 233;
_
relações entre atos falhos e sonhos – p. 235;
Capítulo
XII – Determinismo, crença no acaso e superstição – Alguns pontos de vista
_ a
conclusão geral que emerge das diversas considerações anteriores pode ser
formulada nos seguintes termos: Certas insuficiências de nosso funcionamento psíquico
e certos desempenhos aparentemente inintencionais, revelam, quando a eles se
aplicam os métodos da investigação psicanalítica, ter motivos válidos e ser
determinados por motivos desconhecidos pela consciência – p. 237;
_
condições para que os atos falhos psíquicos possam ser incluídos na classe dos
fenômenos explicáveis – p. 237;
_
escolha dos números favoritos – p. 243;
_
tendência à superstição – p. 247;
_
traços marcantes nos paranoicos – p. 251;
_
fenômenos da superstição – p. 252;
_
diferença entre Freud e uma pessoa supersticiosa – p. 253;
_
transformação da metafísica em metapsicologia – p. 254;
_
Freud considera-se indignos diante de quem os espíritos suspendem suas
atividades e o sobrenatural se evade – p. 257;
_
devo confessar que nos últimos anos tive algumas experiências notáveis que
poderiam ser explicadas mediante a hipótese da transferência telepática de
pensamentos – p. 257;
_ a
sensação de “deja vu” corresponde à recordação de uma fantasia inconsciente –
p. 261;
_ o
inconsciente é totalmente atemporal (NR) – p. 268;
_ o
mecanismo dos atos falhos e doa atos casuais exibe em seus pontos mais
essenciais uma conformidade com o mecanismo da formação do sonho. Em ambos os
casos se encontram condensações e formações de compromisso – p. 271;
_ o
caráter comum a todos os casos e que é igualmente encontrado nos atos falhos e
nos atos casuais é que os fenômenos podem ser rastreados a um material psíquico
incompletamente suprimido, o qual, apesar de repelido pela consciência, ainda
assim não foi despojado de toda a sua capacidade de se expressar. – p. 272.
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