Resumo
do Livro VII – Um caso de histeria, Três ensaios sobre sexualidade e Outros
trabalhos (1901-1905)
Um
Caso de Histeria
Fragmento
da análise de um caso de histeria
Notas
Preliminares
_ devo
insistir que o aprofundamentos nos problemas do sonho é um pré-requisito
indispensável para a compreensão dos processos psíquicos da histeria e das
outras psiconeuroses – p. 22;
_ este
caso clínico pressupõe o conhecimento da interpretação dos sonhos, sua leitura
parecerá extremamente insatisfatória àqueles que não atenderem a este
pressuposto – p. 22;
_ funcionamento
do (novo) método da psicanálise – p. 23;
_ objetivo
neste caso clínico era demonstrar a estrutura íntima da doença neurótica e o
determinismo de seus sintomas – p. 24;
I –
Caso Clínico (Dora)
_ a interpretação
dos sonhos como conhecimento imprescindível ao psicanalista – p. 26;
_ o
sonho é um dos desvios por onde se pode fugir ao recalcamento - p. 26;
_
começo o tratamento solicitando que me seja narrada toda a biografia do
paciente e a história da sua doença – p. 27;
_ dois
fundamentos da incapacidade dos doentes de fazer uma exposição ordenada de sua
biografia no que ela coincide com a história de sua doença – p. 27/28;
_
relação entre as lembranças e os sintomas patológicos – p. 28;
_ o
objetivo prático do tratamento é eliminar todos os sintomas possíveis e
substituí-los por pensamentos conscientes, podemos considerar como segundo
objetivo, de cunho teórico, reparar todos os danos à memória do paciente – p.
28/29;
_ círculo familiar da paciente de dezoito anos
– ela, os pais e um irmão, um ano e meio mais velho – p. 29;
_
grande ternura dela para com o pai, aumentado pelas doenças do pai – p. 29;
_ a
mãe apresentava o quadro de psicose da dona de casa (neurose obsessiva) e a
relação entre mãe e filha eram inamistosas havia vários anos. Ela menosprezava
a mãe. A relação com o irmão também não era boa, pois o irmão apoiava a mãe,
assim a costumeira atração sexual aproximara pai e filha, de um lado, e mãe e
filho, de outro – p. 30;
_
Dora já com oito anos começara a apresentar sintomas neuróticos – dispinéia
crônica, teve diagnóstico de distúrbio puramente nervoso – p. 31;
_
com doze anos começou a sofrer de enxaqueca (unilateral) e tinha acessos de
tosse nervosa. Tinha também episódios de perda da voz – p. 32;
_ primeiro
contato com Dora aos 17 anos – p. 32;
_
aos 18 anos, Dora apresentava desânimo e uma alteração de caráter, não estava
satisfeita consigo mesma, nem com a família. Procurava evitar contatos sociais
e foi descoberta uma carta em que Dora se despedia da vida. Certo dia, após
ligeira troca de palavras entre pai e filha, teve o primeiro ataque de perda de
consciência, assim, ficou decidido, apesar da relutância, tratar-se comigo – p.
33;
_
caso típico de “pequena histeria” – com os mais comuns de todos os sintomas
somáticos e psíquicos: dispnéia, tosse nervosa, afonia, enxaqueca, junto com
depressão, insociabilidade histérica e um tédio de viver – p. 33;
_ o
pai de Dora conta que a família tinha feito amizade muito íntima com a família
K, no qual quando o pai ficara doente, a Sra. K cuidara dele e o Sr. K. tinha
muita estima por Dora. Contou também que Dora desenvolvera um ódio pelo Sr. K.,
pois um dia, havia contado Dora, em um passeio de Dora e o Sr. K. pelo lago,
ele teria feito uma proposta amorosa a Dora. Chamado a se explicar, o Sr. K.
negou veementemente e começou a lançar suspeitas em relação a Dora. O pai de
Dora concluiu que esse incidente seria o causador do estado de Dora – p. 34/35;
_ trauma
psíquico como condição prévia indispensável para a gênese de um estado
patológico histérico, mas neste caso o trauma não basta para esclarecer a
especificidade do sintoma – p. 36;
_
Dora sentiu no evento sensação de repugnância – p. 37;
_
mecanismo da inversão do afeto – p. 37;
_
exemplo de deslocamento da sensação e alucinação sensorial como consequência do
evento no lago – p. 38;
_
três sintomas: a repugnância, a sensação de pressão na parte superior do corpo
e a evitação dos homens em conversa afetuosa – p. 39;
_
cena do beijo ocorrido na loja – p. 40;
_
melhora das doenças da Sra. K. e insinceridade do pai de Dora – p. 42;
_
censuras de Dora a seu pai estavam assim revestidas de autocensuras de conteúdo
idêntico – p. 43;
_
identificação de Dora com a prima – p. 46;
_
interpretação da afonia de Dora: ausência do amado – p. 47;
_
censura pela simulação de doença que Dora fez ao pai – p. 49;
_ o
sintoma é para a vida psíquica um hospede indesejável – p. 50;
_ os
motivos para adoecer muitas vezes começam a se fazer sentir já na infância – p.
51;
_ na
histeria, é no combate aos motivos da doença que reside, de modo geral, o ponto
fraco para qualquer terapia, inclusiva a psicanálise. No caso de Dora, esse
objetivo era claramente de sensibilizar o pai e afastá-lo da Sra. K. Nenhum dos
atos do pai parecia irritá-la tanto quanto sua presteza em tornar a cena do
lago como produto da fantasia dela – p. 51/52;
_ o
sintoma significa a representação – a realização – de uma fantasia de conteúdo
sexual, isto é, uma situação sexual – p. 53;
_ traço
conservador no caráter das neuroses: uma vez formado o sintoma é preservado,
mesmo que o pensamento inconsciente que nele encontrou expressão tenha perdido
seu significado – p. 58;
_ a
sequência de pensamentos de Dora, tida como hipertensa, reforçada ou hipervalente
mostra seu caráter patológico e por maiores que sejam os esforços do pensamento
consciente e voluntário da pessoa, não se pode dissipá-la ou eliminá-la: “Não
consigo parar de pensar em outra coisa, não posso perdoá-lo.” Essa sequência
hipertensa de pensamentos deve seu reforço ao inconsciente, ela é impossível de
resolver pelo trabalho do pensamento, seja porque suas raízes chegam até o
material inconsciente, recalcado, seja porque outro pensamento inconsciente se
oculta por trás dela. Este último é, na maioria das vezes, seu oposto direto.
Os opostos estão estreitamente interligados e, muitas vezes, separam-se em
duplas de tal maneira, que um pensamento é consciente com hiperintensidade,
enquanto sua contrapartida é recalcada e inconsciente. Essa relação entre os
dois pensamentos é um efeito do processo de recalcamento. O recalcamento muitas vezes se efetua por
meio de um reforço excessivo do oposto do pensamento a ser recalcado. A esse
processo chama-se de reforço reativo. A maneira de retirar o reforço do
pensamento hiperintensificado consiste em tornar consciente seu oposto
recalcado – p. 60;
_
aprendi a ver nas relações amorosas inconscientes entre pai e filha ou entre
mãe e filho, conhecidas por suas consequências anormais, uma revivificação de
germes dos sentimentos infantis – p. 61;
_
crianças destinadas a neuroses têm amadurecimento sexual precoce e são famintas
de amor – p. 61;
_
paixão de Dora pelo pai – p. 61;
_
conclusão sobre a sequência hipervalentes de pensamentos de Dora – p. 66;
II –
O Primeiro Sonho
_
sonho que já ocorrera a Dora repetidas vezes – p. 67;
_
todo sonho é um desejo, mas só o desejo inconsciente ou um desejo que chegue
até o inconsciente possui a força para formar um sonho – p. 70;
_ um
sonho de formação regular apoia-se em duas pernas, uma das quais está em
contato com a causa atual essencial, e a outra, com algum acontecimento
relevante na infância. O desejo que cria o sonho sempre provém da infância e
sempre tenta retransformá-la em realidade, corrigir o presente segundo a infância
– p. 73;
_
crianças proibidas de brincar com fósforos – análise da representação da água e
do fogo – p. 73;
_
significação da enurese para a história primitiva do neurótico – p. 76;
_
por trás da sequência de pensamentos ocultava-se uma auto-acusação – p. 77;
_
função do simbolismo – p. 78;
_ as
dores gástricas surgem justamente nos masturbadores (cura por meio do ponto
gástrico no nariz) – p. 79;
_ é
muito comum os pacientes reconhecerem em outros uma relação que suas
resistências emocionais os impossibilitam de reconhecer em sua própria pessoa –
p. 79;
_ os
sintomas histéricos quase nunca se apresentam enquanto as crianças se
masturbam, mas só depois na abstinência – p. 80;
_ o
sonho não é um propósito que se representa como executado, mas um desejo que se
representa como realizado e precisamente, além disso, um desejo proveniente da
vida infantil – p. 85;
_
analogia para o sonho – p. 86;
_ a
experiência mostra que as pessoas a miúde afirmam ter tido o mesmo sonho,
quando, na verdade, as aparições isoladas do sonho recorrente se diferenciam
por numerosos detalhes – p. 91;
III
– O Segundo Sonho
_ o
segundo sonho ocorreu algumas semanas depois do primeiro – p. 93;
_
era preciso explicar por que Dora ficara tão gravemente melindrada pela proposta
do Sr. K – p. 94;
_
imagens são um ponto nodal na trama dos pensamentos dos sonhos – p. 95;
_
fantasia de defloração e partilha das conclusões de Freud com Dora – p. 98;
_
Dora sofria constantemente de constipação intestinal – p. 99;
_
Dora se via com singular nitidez no sonho subindo escadas – p. 99;
_
auto-punição de Dora, deslocamento e modelo infantil para os sintomas – p. 100;
_
Freud partilha com Dora a conclusão de que Dora ainda amava o Sr. K. – p. 101;
_
motivo da bofetada de Dora no Sr. K – p. 103;
_
Dora abandona o tratamento – p. 105/106;
_ a
despeito de todo empenho médico de curar, tenho muito presente que a influência
psíquica necessariamente tem limites, e respeito com tais também a vontade e a
compreensão do paciente – p. 106;
_ os
doentes são dominados pela oposição entre a realidade e a fantasia. Aquilo por
que mais intensamente anseiam é justamente aquilo de que fogem quando lhes é
apresentado pela realidade, e com maior gosto se entregam às suas fantasias
quando já não precisam temer a realização delas – p. 106;
IV –
Pósfácio
_ 2
objetivos da publicação do caso Dora – p. 109;
_ os
fenômenos patológicos são a atividade sexual do doente e a sexualidade é a
chave do problema das psiconeuroses, bem como das neuroses em geral – p. 110;
_ o
que são as transferências? – p. 111;
_
interpretar os sonhos, extrair das associações do enfermo os pensamentos e
lembranças inconscientes, e outras artes similares de tradução são fáceis de
aprender: o próprio doente sempre fornece o texto para elas. Somente a
transferência é que se tem de apurar quase que independentemente a partir de
indícios ínfimos e sem incorrer em arbitrariedades – p. 111/112;
_ o
tratamento psicanalítico não cria a transferência, mas simplesmente a revela
como a tantas outras coisas ocultas na vida anímica – p. 112;
_
fui surpreendido pela transferência e ela se vingou de mim como queria
vingar-se do Sr. K, e me abandonou como se acreditara enganada e abandonada por
ele – p. 113;
_ no
segundo sonho de Dora, a transferência é substituída por diversas alusões
claras – p. 114;
_
quinze meses após o término do tratamento recebe notícias de Dora, ela
apresentou-se para concluir a sua história e pedir ajuda novamente – p. 115;
_
nevralgia como auto-punição – p. 116;
_
significados do primeiro e segundo sonhos – p. 116;
Três
Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905)
_ os
Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, juntamente com a Interpretação dos
Sonhos figuram como as contribuições mais significativas e originais de Freud
para o conhecimento humano – p. 120;
_
fatores causais da histeria remontam à infância – p. 122;
_ as
crianças são capazes de todas as funções sexuais psíquicas e de muitas
somáticas e é errôneo supor que a vida sexual comece na puberdade – p. 122;
I –
As Aberrações Sexuais
_ pulsão
sexual – p. 128;
(I) Desvios
com respeito ao objeto sexual
(A)
A Inversão
Comportamento
dos Invertidos
_
tipos e variações da inversão – p. 129;
Concepção
da Inversão
Degeneração
Caráter
Inato
Explicação
da Inversão
O
Recurso à Bissexualidade
Objeto
Sexual dos Invertidos
Alvo
Sexual dos Invertidos
Conclusão
(B)
Animais e pessoas sexualmente imaturas como objetos sexuais
(2)
Desvios com respeito ao alvo sexual
(A)
Transgressões Anatômicas
Supervalorização
do Objeto Sexual
Uso
sexual da mucosa dos lábios e da boca
Uso
sexual do orifício anal
Significação
de outras partes do corpo
Substituição
Imprópria do Objeto Sexual – Fetichismo
(B)
Fixações em alvos sexuais provisórios
Surgimento
de novas intenções
O
tocar e o olhar
Sadismo
e masoquismo
(3)
Considerações gerais sobre as perversões
Variação
e doença
A
participação do anímico nas perversões
Duas
conclusões
(4)
Pulsão sexual dos neuróticos
A
Psicanálise
Resultados
da psicanálise
Neurose
e perversão
(5)
Pulsões parciais e zonas erógenas
(6)
Esclarecimentos sobre a aparente preponderância da sexualidade perversa nas
psiconeuroses
(7)
Indicação do infantilismo na sexualidade
II –
A Sexualidade Infantil
O
descaso para com o infantil
Amnésia
infantil
(I) O
período de latência sexual da infância e suas rupturas
As
inibições sexuais
Formação
reativa e sublimação
Rupturas
do período de latência
(2)
As manifestações da sexualidade infantil
O
chuchar
Auto-erotismo
(3)
O Alvo sexual da sexualidade infantil
Características
das zonas erógenas
O alvo
sexual infantil
(4)
As manifestações sexuais masturbatórias
Atividade
da zona anal
Atividade
da zona genital
A
segunda fase da masturbação infantil
O
retorno da masturbação da lactância
Disposição
perversa polimorfa
Pulsões
parciais
(5)
A Investigação Sexual Infantil
A
pulsão de saber
O
enigma da esfinge
Complexo
de castração e inveja do pênis
Teorias
do nascimento
A
concepção sádica da relação sexual
O
fracasso típico da investigação sexual infantil
(6)
As Fases de Desenvolvimento da Organização Sexual
Organizações
pré-genitais
Ambivalência
Os
dois tempos da escolha objetal
(7)
As Fontes da Sexualidade Infantil
Excitações
mecânicas
Atividades
muscular
Processos
afetivos
Trabalho
intelectual
As
diferentes constituições sexuais
Vias
de influência recíproca
III
– As Transformações da Puberdade
(I)
O primado das zonas genitais e o pré-prazer
Tensão
sexual
O
mecanismo do pré-prazer
Os
perigos do pré-prazer
(2)
O problema da excitação sexual
O
papel das substâncias sexuais
Apreciação
dos órgãos sexuais internos
Teoria
química
(3)
A Teoria da Libido
(4)
Diferenciação entre o homem e a mulher
Zonas
dominantes no homem e na mulher
(5)
O Encontro do objeto
O
objeto sexual na fase da amamentação
Angústia
infantil
A
barreira do incesto
As
repercussões da escolha objetal infantil
Prevenção
da inversão
Resumo
Fatores
que perturbam o desenvolvimento
Constituição
e hereditariedade
Elaboração
ulterior
Recalcamento
Sublimação
Experiências
acidentais
Precocidade
Fatores
temporais
Adesividade
Fixação
O
Método Psicanalítico de Freud (1904[1903])
_ o
singular método psicoterápico que Freud pratica e designa de psicanálise é
proveniente do chamado procedimento catártico. A teoria catártica foi uma
descoberta de Breuer – p. 236;
_ o
procedimento catártico pressupunha que o paciente fosse hipnotizável e se
baseava na ampliação da consciência que ocorre na hipnose. Tinha por alvo a
eliminação dos sintomas patológicos e chegava a isso levando o paciente a
retroceder ao estado psíquico em que o sintoma surgira pela primeira vez. Feito
isso, emergiam no doente hipnotizado lembranças, pensamentos e impulsos até
então excluídos de sua consciência; e mal ele comunicava ao médico esses seus
processos anímicos, em meio a intensas expressões afetivas, o sintoma era
superado e se impedia seu retorno. A eficácia terapêutica de seu procedimento
foi explicada em função da descarga do afeto, até ali como que estrangulado,
preso às ações anímicas suprimidas (ab-reação). Mas esse esquema simples da
intervenção terapêutica complicava-se em quase todos os casos, pois viu-se que
participavam da gênese do sintoma, não uma única impressão (traumática), porém,
na maioria dos casos, uma série delas, difícil de abarcar – p. 236;
_ A
principal característica do método catártico, em contraste com todos os outros
procedimentos de psicoterapia, reside, em que, nele, a eficácia terapêutica não
se transfere para uma proibição médica veiculada por sugestão. Espera-se,
antes, que os sintomas desapareçam por si – p. 236;
_ o
método catártico já havia renunciado à sugestão, e Freud deu o passo seguinte,
abandonando também a hipnose – p. 237;
_ ao
abandonar a hipnose, Freud perdeu a ampliação da consciência, mas ganhou a
associação dos enfermos, ao exortá-los a se deixarem levar em suas
comunicações, instigando-os a dizerem tudo o que lhes passar pela cabeça, não
excluindo de suas comunicações nenhum pensamento ou ideia – p. 237;
_
descoberta da resistência e da distorção e criação da arte de interpretação
freudiana – p. 238;
_ as
tarefas que o método psicanalítico se empenha em resolver são: eliminar as
amnésias, desfazer os recalcamentos, tornar o inconsciente acessível à
consciência. A meta do método é restabelecimento prático do enfermo, a
restauração de sua capacidade de rendimento e de gozo – p. 239;
_
indicações e contra-indicações do método – p. 239;
_
requisitos para que uma pessoa se submeta com proveito à psicanálise – p. 240;
_
faixa etária próxima aos cinquenta anos cria condições desfavoráveis para a
psicanálise – p. 239;
Sobre
a Psicoterapia (1905[1904])
_ a
psicoterapia não é um procedimento terapêutico moderno. Ao contrário, é a mais
antiga terapia de que se serviu a medicina. – p. 245;
_
método catártico de Breuer e método analítico de Freud – p. 246
_ o
método analítico não pode ser confundido com o tratamento hipnótico por
sugestão. A técnica da sugestão deposita algo no paciente – a sugestão, já a
terapia analítica não deposita nem acrescenta nada de novo, mas antes tira,
traz algo para fora, e para esse fim se preocupa com a gênese dos sintomas
patológicos. É a única técnica que permite identificar a resistência, e somente
a resistência nos possibilita compreender o comportamento do paciente na vida –
p. 247;
_ o
tratamento psicanalítico faz a exigência ao paciente sobre a sua sinceridade
total – p. 249;
_
indicações e contra-indicações do tratamento analítico – p. 249/250;
_ a
terapia analítica baseia-se na concepção de que as representações inconscientes
– ou melhor, a inconsciência de certos processos anímicos – são a causa
imediato dos sintomas patológicos – p. 252;
_ o
desvendamento e a tradução do inconsciente realizam-se sob uma resistência
contínua por parte do enfermo. O afloramento desse inconsciente está vinculado
ao desprazer – p. 252;
_ a
necessidade e a privação sexual são fatores que entram em jogo no mecanismo das
neuroses. Outro fator é a aversão do neurótico à sexualidade, sua incapacidade
de amar, esse traço psíquico a que chamei de recalcamento. Somente a partir do
conflito entre as duas tendências é que irrompe a doença neurótica – p. 253;
Minhas
teses sobre o papel da sexualidade na etiologia das neuroses (1906[1905])
_ a
neurastenia – p. 258;
_
sintomas histéricos são efeitos persistentes de traumas psíquicos e sem levar
em conta os traumas de infância, é impossível elucidar os sintomas – p. 259;
_
superestimei a importância da sedução (trauma) na formação das neuroses, mas
resta o entendimento de que a atividade sexual infantil (seja ela espontânea ou
provocada) prescreve o rumo a ser tomado pela vida sexual posterior após a
maturidade, esse esclarecimento corrige o mais importante de meus erros
iniciais – p. 260/261;
_
Depois dessa correção, os traumas sexuais infantis foram substituídos, em certo
sentido, pelo infantilismo da sexualidade. Não estava longe uma segunda
modificação da teoria original. Juntamente com a suposta frequência da sedução
na infância, caiu também por terra a ênfase exagerada nas influências
acidentais sobre a sexualidade, retomando a sua importância os fatores
constitucionais e hereditários – p. 261/262;
_
verificou-se que não importava as excitações sexuais que um indivíduo tivesse
experimentado em sua infância, mas antes, acima de tudo, sua reação a essas
vivências – se respondera ou não a essas impressões com o recalcamento – p.
263;
_
vínculo entre a saúde, a perversão e a neurose – p. 263;
_
pertence à etiologia das neuroses tudo o que pode atuar prejudicialmente sobre
os processos que servem à função sexual – p. 265;
Tratamento
Psíquico ou Anímico (1905)
_ “psyche”
é uma palavra grega e se concebe, na tradução alemã, como alma. Tratamento
psíquico significa, portanto, tratamento anímico. Tratamento psíquico quer
dizer, antes, tratamento que parte da alma, tratamento – seja de perturbações
anímicas ou físicas – por meios que atuam em primeiro lugar e de maneira
direta, sobre o que é anímico no ser humano – p. 271;
_
poder mágico das palavras – p. 271;
_
vínculo e relações entre o físico e o anímico – p. 272;
_ só
depois de se estudar o patológico é que compreende a normalidade – p. 274;
_ processos
de volição e atenção – p. 276;
_ os
médicos têm praticado o tratamento anímico desde sempre – p. 279;
_
descrição do método da hipnose – p. 281/287;
Personagens
psicopáticos no palco (1942[1905 ou 1906])
_
considerações sobre as artes e suas relações com os afetos – p. 292/297.
Nenhum comentário:
Postar um comentário