"Cada um
de nós tem uma área da vida que necessita ser cuidada com mais atenção. Se
alguma parte de sua vida anda aborrecida e sem sal, é sinal de que precisa ser
mais bem cuidada. Fique atento ao sinal de alerta da mudança: ele toca sempre que
substituímos a alegria de viver pela preocupação. E a fluidez pela tensão.
Nesses momentos, você tem de tirar o barco do porto e colocá-lo no mar, rumo a
um novo mundo. É claro que ninguém pode comprar a alegria de viver na padaria
da esquina. Temos de aprender a conquistá-la. As lições estão dentro de nós.
Precisamos ser professores e alunos de nós mesmos. Na Índia, os mestres dizem
que a diferença entre alguém que está com câncer e alguém com dor de cabeça
depende da intensidade da aula de que a pessoa está precisando. Na vida, quanto
mais teimoso for o aluno, mais as aulas serão dolorosas. Quanto menos o
aluno aprender, mais a vida vai bater pesado para que acorde e aprenda. A
escola da vida funciona assim. Se a pessoa está insatisfeita e fica em casa
reclamando da sina em vez de tentar mudá-la, vai se tornar cada vez mais
angustiada, arrumar uma úlcera ou uma depressão. Ela tem a ilusão de se
acostumar com a dor, mas o pior é que a dor não pára de aumentar. A alegria de
viver fica tão inacessível quanto o pico do Everest. Negar uma necessidade
nunca foi boa solução. O problema vai continuar até a pessoa se convencer de
que precisa sair daquela situação e começar algo novo. Essa é a lição que está
fazendo falta. Quando nos recusamos a aprendê-la, o problema se agrava. Muitas
vezes, as pessoas insistem em comportamentos que dão resultados negativos e
depois reclamam. Não percebem que reclamar é inútil e que a única saída é
analisar a situação e buscar solucioná-la. Fazer as mesmas coisas e esperar que
os resultados mudem é acumular sofrimento. Isso nos deixa amargos. Na vida, nós
somos problema ou solução. Se formos parte do problema, ninguém vai gostar de
ficar ao nosso lado. Se formos solução, conseguiremos fazer com que os outros
tenham vontade de estar conosco e nos ajudar. O psicanalista americano Erick Ericsson disse
que por volta dos 50 anos as pessoas se encontram numa encruzilhada
existencial, entre a amargura e a sabedoria. Aquelas que aprenderam a viver
conquistam a maturidade. Mas as que percebem que estão se aproximando da morte
ficam amarguradas. Quem aprendeu a simplificar a vida desfruta cada dia
com alegria. Quem só aprendeu a reclamar de tudo terá de aguentar o peso da
vida por mais algum tempo."
Roberto
Shinyashiki
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