O medo é cultural
e necessário ao ser humano. É preventivo e nos faz cautelosos diante da
realidade. O perigo é ele nos paralisar e não avançarmos ou ousarmos em nossos
objetivos. Vencemos os medos quando conquistamos conhecimento e confiança no
que fazemos. Exemplos: perdemos medo de Deus, quando confiamos em seu amor e em
sua misericórdia; e dos procedimentos cirúrgicos, quando conscientes da
competência do médico.
É comum o medo
da hipnose, quer pelos mitos a seu respeito, quer pelo pouco conhecimento desta
ciência. É mais divulgada por meio de shows hipnóticos em TVs. Isso é positivo
enquanto se demonstra o fantástico poder da nossa mente inconsciente. No
entanto, necessário se faz conhecer melhor a hipnose clínica, eficaz e curativa,
que realiza procedimentos terapêuticos em diversos tipos de desordens
psicoemocionais, como estresse, ansiedade, depressão, fobias, dependências
químicas, tiques, gagueira, obesidade emocional etc.
Então, quais os
medos mais frequentes em relação à hipnose? Um medo comum é o de perder o
controle, a autonomia e a liberdade pessoal, tipo: “O hipnólogo pode fazer tudo
o que quer com a pessoa?” “Ela fica inconsciente?” “Vai lembrar depois do que
vivenciou no transe?” Vai descobrir segredos indesejados, como: “E se eu descobrir
que minha mãe me rejeitou?”
Respondendo.
Quanto a perder a liberdade, a pessoa não a perde. No processo hipnótico, ela
fica consciente do que vem do inconsciente, acompanha tudo o que acontece, e
depois se lembra de tudo o que vivenciou no transe, a não ser que o hipnólogo
dê uma sugestão para que se esqueça.
Hipnose implica confiança
e empatia. A pessoa acredita e interage com o hipnólogo. Então, ela vive o que
se permite viver. Se, por exemplo, um hipnólogo inconsequente, induz um
hipnotizado a matar alguém ou a tirar a roupa em público, se a sua formação não
lhe permite isso, ela reage (não interage) e sai imediatamente do transe
hipnótico, rejeitando a sugestão. Portanto, a consciência moral é preservada até
pelo inconsciente, o que é muito bom. Neste sentido, também os segredos não são
violados, mas protegidos. Em hipnose clínica, tudo o que se vivencia é para o
bem, a saúde da pessoa.
Na hipnose, vivem-se
quatro etapas: indução, aprofundamento, programação e saída da hipnose. Confie,
supere o medo e desfrute bem da hipnose!
Luciano Sampaio
Psicanalista e
hipnólogo
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