segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Dica de Livro n.º 12 - Carl Jung, curador ferido de almas - Claire Dunne


O título do livro bem retrata seu conteúdo, posto que dividido em 3 partes, a saber: o Curador, Ferido, De almas; mostra, de forma singular, diferentes fases da vida e obra de Jung. A obra também agrada pelas diversas imagens que embelezam seu texto.

Evolução - Sri Prem Baba


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

As Aventuras de Sri Prem Tata - Episódio 10 - A alegria de cada um; Ou A paz que vem de dentro


Certa feita, Sri Prem Tata preparava-se para se recolher em meditação por um longo período nas montanhas próximas. O seu discípulo estava inquieto com uma questão e ao ver os preparativos do mestre para o seu habitual recolhimento, indagou: “Mestre, tenho visto pessoas alegres em diversas situações. Seria possível haver mais de um tipo de alegria, ou todas originam-se da mesma fonte”.
Tata, identificando que aquela questão permanecia sem solução para o fiel escudeiro, asseverou: “É possível sim classificar a alegria de acordo com o ânimo do indivíduo. Existe a alegria decorrente da satisfação em ver o outro sofrer ou humilhar-se, normalmente característica de estados psicológicos patológicos, na qual o indivíduo alimenta a sua dor interna com o sofrimento alheio. Existe, também, a alegria decorrente de situações efêmeras do cotidiano, normalmente decorrente de atividades competitivas do indivíduo ou de quem ele se identifica. Sua transitoriedade e efemeridade sempre exige renovação da experiência externa para a realimentação da satisfação do indivíduo. A terceira categoria é aquela vivenciada por poucos, que é o estado de alegria que emana do ser que está em paz consigo mesmo e consegue ver-se como uma pequena engrenagem do Todo, entendendo que tudo faz parte de um infinito ciclo de aprendizado e evolução. Para estes a alegria é perene e vem de dentro. Conforme afirmará um grande pensador no futuro: ‘Somente emanam esse tipo de sentimento aqueles que encontraram o caminho da individuação’.” 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Conto - A fada do amor - Cristiane Caracas


Vivia em um recanto quase esquecido uma serena e jovem pastora que conduzia o seu rebanho de ovelhas com paz, rastro de sua caminhada.
Havia naquela moça de andar calmo, uma timidez recatada e uma certa cumplicidade com a natureza, visível a qualquer um. Cabelos longos e negros, olhar distante, meiguice percebida ainda que escondida detrás de tanta reserva. Nathalia era o nome dela e delicada podia ser seu sobrenome.
Pois bem. Aquela doce pastorinha guardava um segredo. Em noites de luz cheia, Nathalia metamorfoseava-se em uma linda fada e no mundo dos seres encantados ela era Naty: a fada do amor. Os cabelos tornavam-se ainda mais longos e negros, suas costas ganhavam delineadas asas azuis e seus olhos pareciam duas enormes turmalinas porque o olhar do amor é assim: tudo vê, mas só enxerga o que quer.
Certa noite de luar, como de costume, Naty passeava entre as colinas sempre em busca de corações apaixonados, ouviu um sussurro que vinha do firmamento. De mansinho, aproximou-se do som que toava ao mesmo tempo com angústia e alívio, difícil mesmo descrever aquele paradoxo.
Deparou-se com a seguinte cena: uma bela mulher, na beira do abismo do desespero, chorava compulsivamente a perda de um amor, suas lágrimas eram tantas que o rio da desilusão, esculpido em uma fenda do abismo, transbordava sangrando as dores daquela mulher. A fada paralisou diante de tanto desespero. Não estava acostumada com tudo aquilo, afinal era a fada do amor, lidava com sorrisos, paixões, corações acelerados, enfim, com o que há de melhor na humanidade.

Ouviu passos na escuridão, apressadamente, com um certo medo é bem verdade, virou-se para deparar-se com um duende. Ainda trêmula, indagou dele quem era e o que fazia ali que respondeu sem qualquer emoção que se chamava desprezo e que era a causa do desespero da mulher.
Compadecida pela dor da humana interpelou se poderia fazer algo em favor. O duende, em desdenho, mostrou um espelho de duas faces: em uma delas refletia-se o amor, na outra a rejeição.  Você não passa de uma de minhas faces, refutou o duende, não se julgue tão importante, no fundo somos um só.
De início Naty nada compreendeu daquela conversa esquisita, mas se preocupava com o destino da mulher na beira do abismo. O duende, percebendo a inquietação, cuidou em desestabilizar a fada.
Você nada pode fazer, minha doce e inocente fada. Cabe a ela, e somente a ela, desapegar-se de mim. Não esqueça que o que nos faz sofrer não é o amor e sim a multifacetária dor da rejeição, a qual nos apegamos como a uma ponte para a desesperança.
Tomada de coragem, resolveu propor ao duende um acordo: se somos faces distintas de nós mesmos, abro mão de você e já pode ir embora O duende se riu em gargalhadas e logo revidou:  isso não depende de você, depende dela. Não se apercebe que só a ela cabe alimentar o amor ou o ódio? Não atinas que no caso estou muito mais forte do que tu, frágil amor?
O amor ajoelhou-se diante da mulher sussurrou em seu ouvido mudo de ódio como um sopro de esperança embalada pela humildade, porque não havia muito tempo. O abismo se incorporava de forma tal à mulher que já não se podia perceber onde um começava e onde o outro terminava e era a partir daí que mudava de nome e atendia por depressão.
Não te reconheces, mulher? Não sabes do teu valor? Não será você mais importante do que qualquer outro que idealizas? És preciosa aos olhos do amor maior, o Deus incondicional. Não te deixes aprisionar pelo duende, sejas forte como o bambu que enverga mas não quebra porque conhece a sua maior virtude: a fortaleza.
As águas do rio da desilusão baixaram, o coração sossegou o abismo do desespero já não parecia tão tenebroso, fez- se luz onde dantes era treva. A mulher levantou-se, sacudiu a poeira, trançou os cabelos como em um sinal de recomeço e simplesmente saiu, deixando o desalento a cargo do duende. Compreendeu que como tranças que prendem os cabelos, é preciso aprender a trançar as tristezas e dores do coração de modo a não permitir que invadam a alma.
Quanta à Naty, a fada, enfrentou talvez o seu maior desafio porque lutou com uma de suas faces até então desconhecida. Deixou aquele lugar, não estava sozinha, seguia agora de mãos dadas com o amor próprio, outro rosto seu, outrora esquecido, agora liberto pelo maior duelo do coração travado que foi entre o amor e a rejeição.
Cristiane Caracas
14/10/2015

Os 7 Princípios Herméticos - Caibalion

  • O Princípio de Mentalismo
O Todo é Mente, O Universo é Mental. A criação divina se dá mentalmente e fazemos todos parte d'uma mente universal.
  • O Princípio de Correspondência
O que está em cima é o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima. Existe relação entre a mente universal e nossa própria mente humana.
  • O Princípio de Vibração
Nada está parado, tudo se movimenta, tudo vibra.
  • O Princípio de Polaridade
Tudo é Duplo; tudo tem Polos; tudo tem seu Oposto; o Igual e o Desigual são a mesma coisa; os Opostos são idênticos em Natureza, mas diferentes em Graus; extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os Paradoxos podem ser reconciliados.
  • O Princípio de Ritmo
Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés; tudo sobe e desce, tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda, o ritmo é a compensação.
  • O Princípio de Causa e Efeito
Toda Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; O acaso é simplesmente o nome dado a uma Lei desconhecida; há muitos Planos de Causalidade, porém nada escapa à Lei.
  • O Princípio de Gênero
O Gênero está em tudo; tudo tem seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o Gênero se manifesta em todos os planos da existência.

2º ano de aniversário do Portal da Busca Espiritual – 14 de outubro de 2015


Assim como escrito há exato 1 ano, Gratidão continua sendo a palavra mais adequada para expressar meus sentimentos neste segundo aniversário do Portal da Busca Espiritual.
Nesse último ano foi finalizado o resumo dos livros de Freud, o que permitirá ao leitor o acesso aos ensinamentos do pai da psicanálise de uma forma mais simples e acessível. Duas novas sessões também foram criadas: “Casos Clínicos em Psicanálise” e “Terapia de Vidas Passadas”, para trazer ao leitor experiências vividas na seara clínica. Com isso, pretendo fazer cumprir um dos objetivos do portal, que é destacar a importância da melhor compreensão tanto da psicanálise, como da espiritualidade, para a consecução da verdadeira evolução do indivíduo, pois entendo que ambas são complementares. Não há como tentar entender os temas que se relacionam com o ser humano, sem procurar compreender os aspectos relativos à seara do espírito; assim como não há espiritualidade sem a participação humana, conforme assevera o antigo adágio hermético da Lei da Correspondência: “O que está em cima é como o que está embaixo. E o que está embaixo é como o que está em cima.” Ou como diria Carl G. Jung, o que está no exterior é como o que está no interior e vice-versa. Entendo que se é por meio do mergulho em si mesmo que se chega à Divindade, é por meio do outro que se chega a si mesmo.  
Gratidão aos queridos leitores que no decorrer desses dois anos nos agraciaram com mais de 139.000 visitas. Assim, após 1440 postagens, renovo o meu compromisso de continuar construindo o portal como um espaço virtual dedicado às questões espirituais, à evolução integral do ser humano e ao conhecimento, sem qualquer vinculação à ideologia, credo ou instituição, uma espécie de Terra Prometida do livre pensador e do buscador sincero.
Namastê,
José Anastácio de Sousa Aguiar

domingo, 11 de outubro de 2015

Caso Clínico em Psicanálise X – A dádiva como maldição e a maldição como dádiva; ou O Princípio junguiano dos Opostos e a busca do Si-mesmo - José Anastácio de Sousa Aguiar


A primeira vez que atendi Morgana, pareceu-me que ela carregava os problemas do mundo nos seus ombros. Contou-me que tinha 40 anos, entretanto seu rosto entristecido e com profundas marcas de expressão apontava para uma idade emocional muito superior. Apesar das suas feições guardarem reminiscências da sua beleza dos seus anos dourados, a sua fraca energia e a postura insegura perante a vida aumentavam mais ainda os seus sinais externos de tristeza.
Contou-me que outrora fora uma mulher muito bonita e desejada e sempre tivera os homens aos seus pés. Bem jovem já era destaque nas passarelas e revistas de moda. Sua irresistível beleza e encantamento trouxeram a ela uma sensação de poder absoluto e infalibilidade. Assim, começara sua vida profissional de modelo muito cedo. Seu sucesso, em idade tão precoce, também lhe apresentou o mundo dos vícios e da futilidade. Cedo ela já não controlava mais o vício em drogas e sua compulsão perdulária em compras. Chegou vertiginosamente ao fundo do poço.
Não tinha nem 25 anos e já perdera tudo o que ganhara, incluindo a sua saúde e beleza. Passou por várias clínicas de reabilitação durante quase quinze anos e somente agora conseguia retomar um pouco do controle sobre a sua vida.
Em verdade, Morgana, por não conseguir lidar bem com a sua dádiva, a transformou em maldição. Entretanto, esta mesma maldição que tanto a fez sofrer, abria as portas para o encontro com a sua verdadeira natureza e o resgate do Si-mesmo.
José Anastácio de Sousa Aguiar
*nomes, sexos e alguns detalhes foram alterados para proteger a identidade dos pacientes.

A construção do bem - Meimei