Certa feita, Sri Prem Tata
preparava-se para se recolher em meditação por um longo período nas montanhas
próximas. O seu discípulo estava inquieto com uma questão e ao ver os
preparativos do mestre para o seu habitual recolhimento, indagou: “Mestre,
tenho visto pessoas alegres em diversas situações. Seria possível haver mais de
um tipo de alegria, ou todas originam-se da mesma fonte”.
Tata, identificando que
aquela questão permanecia sem solução para o fiel escudeiro, asseverou: “É
possível sim classificar a alegria de acordo com o ânimo do indivíduo. Existe a
alegria decorrente da satisfação em ver o outro sofrer ou humilhar-se,
normalmente característica de estados psicológicos patológicos, na qual o
indivíduo alimenta a sua dor interna com o sofrimento alheio. Existe, também, a
alegria decorrente de situações efêmeras do cotidiano, normalmente decorrente
de atividades competitivas do indivíduo ou de quem ele se identifica. Sua
transitoriedade e efemeridade sempre exige renovação da experiência externa
para a realimentação da satisfação do indivíduo. A terceira categoria é aquela
vivenciada por poucos, que é o estado de alegria que emana do ser que está em
paz consigo mesmo e consegue ver-se como uma pequena engrenagem do Todo,
entendendo que tudo faz parte de um infinito ciclo de aprendizado e evolução.
Para estes a alegria é perene e vem de dentro. Conforme afirmará um grande
pensador no futuro: ‘Somente emanam esse tipo de sentimento aqueles que
encontraram o caminho da individuação’.”
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