Este blog destina-se àqueles que tem interesse em questões ligadas à espiritualidade, à evolução integral e estão sempre em busca do conhecimento.
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Fábula - Portas Abertas - Cristiane Caracas
Vivia em um sobrado antigo da
Rua 26, Leo, um gato preto, charmoso e elegante. Aquele sobrado tinha uma
peculiaridade: possuía em seu interior muitas portas que davam a diferentes
cômodos.
Além dos atributos físicos,
Leo tinha algo que encantava a todos, especialmente às gatas da redondeza. Já
não era tão jovem, é verdade, mas isso não era motivo para diminuir o poder de
sedução de Leo, aliás, talvez até aumentasse, já que a experiência é mais uma
das facetas da conquista.
Os outros gatos, sabedores da
fama de Leo, nutriam por ele um despeito aparente, diziam que não passava de um
conquistador barato e que tudo se devia a um certo “it” que ele tinha. Leo não
se incomodava, era livre.
Certo dia Leo conheceu uma
gata sensível, amorosa que, como não podia deixar de ser, caiu de amores por
ele. Por um tempo Leo parecia feliz, completo, enfim os dias de conquistador
pareciam ter terminado.
Os anos se passaram e Leo por
mais que evitasse o tal “it”, vez por outra, o atormentava a ponto de colocá-lo
em questionamentos.
É que a natureza dos seres,
por mais que se pretenda sufocar, uma hora ou outra ressurge do seu âmago e de
uma forma avassaladora, não importando o desejo, a vontade ou a consciência
daquilo que se quer ser, mas determinando e impondo aquilo que se é.
Bateu um vento forte no
casarão e Leo percebeu que por entre as fendas das portas, porque não
totalmente cerradas, surgiam brechas por onde passavam fragmentos de sentimentos
e meias verdades que, como aquele vento, não tinha compromisso com qualquer
direção.
Compreendeu então que o motivo
e a razão de tudo aquilo eras as portas do casarão que ele teimava em não
fechar, o que permitia a entrada daquelas emoções. Parou para ouvir o vento que
sussurrou ao seu ouvido: É preciso cerrar as portas, Léo, fechar as janelas,
conferir os cadeados e tudo isso só pode ser feito com uma única chave: a chave
do amor verdadeiro.
Cristiane Caracas
10/4/2015
quinta-feira, 9 de abril de 2015
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Artigo - Etapas da Vida? - Luciano Sampaio
Há muitos jeitos de
entendermos a vida humana. Uns creem em Deus, outros não. Uns defendem a
reencarnação, já outros a ressurreição. Cada um tem suas convicções, sua forma
de ver a realidade. Estive na Índia e visitando templos aos deuses (80% da
população é hinduísta, 2% católica), admirava as expressões de fé daquela
gente. Vivemos e sentimos a vida a partir das nossas crenças, da nossa formação
consciente ou inconsciente. O importante é o respeito à diversidade de crenças
e lutarmos pela liberdade e dignidade da pessoa humana, se esta é
desrespeitada.
Estamos vivendo o tempo
pascal. Refletindo sobre a vida humana, pude identificar quatro etapas, tendo
em vista o olhar cristão, o plano de Deus para nós, que, resumidamente,
compartilho.
Primeira: vida intrauterina. Inicia-se o mistério
da vida. Vida que recebi como dom divino: Deus me quis. Sou uma escolha amorosa
de Deus. Escolheu-me homem ou mulher e introduziu-me seu Espírito: sua essência.
O divino integra-se no humano. E deu-me pai e mãe, que devem me acolher, amar e
educar.
Segunda: vida no mundo. Ganhei a vida, nasci. Inicia a infância,
que se caracteriza por dependência: ser cuidada. E sofrerei consequências (traumas),
se isso não acontecer a contento. Passo por aprendizagens familiares, escolares
e culturais. Adquiro crenças. Segue, “se Deus quiser”, o ritmo natural da vida:
adolescência, juventude, vida adulta e velhice. Oportunidades que tenho para fazer
escolhas, tendo em vista a realização pessoal e social. Serei fruto das minhas
escolhas, boas ou ruins.
Terceira:
a morte. Qual
é o sentido cristão da morte? Se no útero ganhei a vida, se cumpri meu tempo e
minha missão neste mundo, cabe-me, na hora da morte, como fez Jesus na cruz,
oferece-la ao Pai (Deus), entregando-me com esperança e fé: “Pai, nas tuas mãos
entrego o meu espírito”. Volto aos braços de quem me deu a vida. Lembro-me do Sr.
Pedro (de Belo Horizonte/MG), que com câncer terminal, dizia-me: “De Deus eu
vim, para Deus eu volto”. E da Ir. Lucília (cunhada), que clamava na agonia da
morte: “Paizinho, vem me buscar.”
Quarta: a
ressurreição. Com
a morte estamos nas mãos de Deus, que, em sua infinita misericórdia, nos
ressuscita, como fez com Jesus. A ressurreição é a vivência da plenitude da
vida no Reino de Deus, que Jesus tanto anunciou. Esta é minha crença. Amém?
Luciano
Sampaio
Psicanalista
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