Certa
feita encontrei um conhecido que acabara de comprar uma casa nova. Ele ainda
estava morando em seu apartamento, mas já fazia planos para o novo lar.
Enaltecia as vantagens de sua nova morada, dentre elas o ambiente mais espaçoso
que ele teria com a família em uma casa de 700 metros quadrados de terreno e
com 400 de área construída. Ou seja, restavam 300 metros quadrados para o
jardim.
Apaixonado
por um belo jardim que sou, indaguei o que pretendia fazer com todo esse
terreno. Ele me falou que, na verdade, parte do terreno era “tomado” pela
piscina, e que ele planejava aterrá-la e com o restante, que era uma área verde
com algumas plantas, ele tencionava cimentá-la.
Justificou
tal desiderato afirmando que ambos, piscina e jardim, eram muito trabalhosos e
iria consumir muito do seu tempo, que ele pretendia passar assistindo filmes na
televisão. Argumentou ainda que das árvores caiam muitas folhas, que ele
certamente teria que juntá-las e que a grama necessitava regar todo dia e ele
certamente não perderia seu tempo em uma atividade tão banal.
Pois
bem, desconheço se o meu conhecido realizou seus planos, mas se assim o fez,
ele certamente esquece que para que possamos ter satisfação e alegria,
necessariamente teremos que ter algum tipo de esforço. Aquele que pretende
passar por esta existência cimentando o seu dia a dia, certamente não
desfrutará dos pequenos prazeres da vida. Como asseverava Saint Exupery: “Foi o
tempo que dedicaste a tua rosa, que a tornou única para você.”
José Anastácio de Sousa
Aguiar
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