Certa
feita, ao caminhar pelo condomínio no qual moro com a Bia, a nossa cadela da
raça labrador, à noite, encontrei o vigia. Como de praxe,
parei para conversar e ele me falou que havia comprado recentemente um
mega-super-hiper-extra celular no valor de dois mil reais (ele ganha mil por
mês). Falei sobre o meu celular, daqueles modelos antigos que além do fato de
ser telefone (acho que foi para isso que o comprei), só dispunha como recurso
extra, uma pequena lanterna.
Pois
bem, algum tempo depois, percorrendo o mesmo trecho com a nossa fiel
companheira de caminhada, encontrei com o citado vigia, desta feita tentando
consertar, em um local sem luz, uma caixa de registro. Aproximei-me e perguntei
por que ele não usava o mega-super-hiper-extra celular para iluminar a citada
caixa. Ele me falou que o aparelho dele havia apresentado defeito e estava
consertando. Prontamente ofereci o meu celular, que se mostrou eficaz no
auxílio do conserto.
Voltei
para a casa naquela noite explicando para a Bia os perigos do consumismo sem
limites. Acho que ela entendeu, pois me olhava com aquele olhar terno e amável
que tenho dificuldade de encontrar nos humanos.
José
Anastácio de Sousa Aguiar
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