O processo de autoconhecimento pode ser representado por
simbologias de ordens diversas e para cada indivíduo existe um iter próprio.
A Bíblia, a toda evidência, tem inúmeros elementos e
relatos que podem refletir esse processo de formas múltiplas, dentre eles
destaca-se a simbologia das 4 estradas: a de Jericó, a de Damasco, a de Jerusalém
e a de Emaús.
Cada uma delas nos traz mensagens embutidas de elevada
valia e o enredo bíblico nos convida a refletir sobre seus ensinamentos. Aquele
que conseguir apreender a lição oculta em suas linhas terá a oportunidade de
ascender a outro nível de consciência e acessar a frequência das infinitas
possibilidades disponíveis para aqueles sintonizados no fluxo da abundância.
A partir deste primeiro (de quatro) texto, escreverei sobre
cada uma delas, começando com a estrada de Jericó e destacarei em cada passagem
bíblica temáticas pertinentes às questões emocionais a serem trabalhadas por
nós, enfatizando-as em pares de opostos, a exemplo dos escritos de Carl G. Jung.
Na estrada de Jericó, encontramos as referências à
solidariedade e à compaixão, mas também ao desprezo e à indiferença. Na de
Damasco, ao perdão e à conversão e sua contrapartida, a mágoa e a resistência.
Na de Jerusalém, o sacrifício e a entrega, tendo como opostos, o apego e a
não-aceitação. Na de Emaús, o renascimento da verdadeira consciência crística,
em contraste com a inconsciência do mundo material.
Em Lucas 10:25-37, Jesus nos relata a parábola do Bom
Samaritano. O caminho de Jericó era uma perigosa estrada conhecida por ser um
trecho sanguinário, covil de salteadores e um perigo manifesto para os
viajantes da época. Pois bem, Jesus explicando a um certo doutor da lei quem
era o próximo, citou a referida parábola na qual ia de Jerusalém para Jericó um
homem que foi apanhado por salteadores. Eles o despojaram e o deixaram quase
morto. Três pessoas passaram e viram o homem à beira da estrada: um sacerdote,
um levita e um samaritano. Os dois primeiros não o ajudaram, mas o terceiro,
movido por compaixão e misericórdia, cuidou de suas feridas e o levou a um
local seguro.
A parábola do caminho de Jericó nos permite refletir sobre
várias temáticas, dentre elas as acima citadas: solidariedade, compaixão,
desprezo e indiferença.
Os aprendizados do caminho de Jericó serão sempre um alerta
de Jesus para guiar os nossos passos na caminhada ao encontro de nós mesmos.
Descubra esta e outras jornadas, literal e/ou simbolicamente,
permitindo-se realizar conosco o Resgate Sagrado, uma peregrinação à Terra
Santa, numa jornada de autoconhecimento, perdão, gratidão, abundância e paz.
Finalizo com João 8:32: “Conhecereis a Verdade, e a Verdade
vos libertará.”
José Anastácio de Sousa Aguiar
Psicanalista, hipnoterapeuta e terapeuta de vidas passadas
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