Há
algum tempo, o ator americano Tom Hanks foi o protagonista de um filme chamado
aqui no Brasil de “O Náufrago”. Após a queda, em alto mar, do avião no qual ele
estava, Chuck Noland (Tom Hanks) fica em uma ilha deserta na companhia de
alguns objetos que estavam sendo transportados como carga pela aeronave. Dentre os objetos, encontrava-se uma bola de voleibol, que
Chuck passou a tratar como amigo e a nomeou de Wilson (a marca da bola).
Pois
bem, depois de algum tempo adaptando-se à ilha e de prolongado convívio com o
Wilson, no qual ocorreram momentos de boa convivência, mas também de atritos e
xingamentos, Chuck passou a pensar em uma maneira de tentar sair daquele
isolamento. Montou um simples barco com o material disponível e posicionou o
fiel amigo na proa da nau.
A
aventura do mar apresentou-se perigosa. Para pescar, Chuck amarrava uma corda
no barco e a segurava com firmeza, enquanto estava na água a procura de algum
peixe. Durante sua ausência ao barco, a referida corda, firmemente empunhada,
era a ligação entre ele e sua nau.
Certo
dia, cansado e faminto, o náufrago adormece. Em razão do mar agitado, Wilson
cai ao mar e Chuck só o vê quando está a uma distância maior do que a extensão
da corda. Mesmo assim, empunhando a corda, ele salta para resgatar o amigo, mas
vê aos poucos Wilson afastando-se, levado pelas ondas. Chuck chega ao limite do
tamanho da corda, se ele soltá-la poderia ter chance de alcançar Wilson, mas
arriscaria perder-se do barco. Ele retorna ao barco e o amigo vai se afastando,
pois não há nenhum laço que os uma.
Se
não cultivarmos laços com aqueles que a Divindade nos apresenta para conviver,
certamente as ondas da vida diária nos afastarão pouco a pouco e quando nos
dermos conta, eles estarão além de qualquer laço.
José
Anastácio de Sousa Aguiar
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