Este blog destina-se àqueles que tem interesse em questões ligadas à espiritualidade, à evolução integral e estão sempre em busca do conhecimento.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Artigo - Os 7 Pecados Capitais - O Fim como começo ou a salvação como fim
Os 7
Pecados Capitais
O Fim como começo ou a salvação como fim
O Fim como começo ou a salvação como fim
(extraído do livro "Os Sete Pecados Capitais: uma análise histórico-filosófica"
de José Anastácio de Sousa Aguiar)
"O Tempo retirando o véu da Virtude" obra de Jean-François Detroy (1679-1752) |
No que se refere à
cristandade, a idéia de pecado, em especial o pecado original, está intimamente
ligada aos conceitos de salvação e fé[1]. A
aceitação da necessidade de salvação passa pelo pressuposto lógico do
cometimento de pecado. E a solução que historicamente nos é oferecida é a redenção,
ou melhor dizendo, a fé na redenção.
Pois bem, nesse contexto, a idéia de pecado só se justifica se o indivíduo acreditar na existência de vida após a morte e na necessidade de salvar-se, posto que em não se considerando que haja vida além túmulo, não há razão, pelo menos no que se refere ao indivíduo isoladamente considerado, para esperar qualquer recompensa ou punição no além.
Mas, como e quem nos pode oferecer a salvação? Em que pese, hodiernamente não haver grandes contendas sobre o tema, no passado esta questão suscitou debates acalorados.
Na Igreja cristã primitiva discutiu-se sobre o tópico e duas correntes de pensamento se enfrentaram: o monergismo e o sinergismo.
O monergismo asseverava que o homem não tinha qualquer participação em sua salvação, sendo salvo ou condenado exclusivamente pela decisão soberana de Deus.
Já os defensores do sinergismo afirmavam que Deus era o responsável pela salvação, mas o homem tinha algum grau de participação.[2]
Sobre o tema, destaca-se Huberto Rohden[3]: “Nos séculos IV e V da Era Cristã, dois teólogos, Agostinho, o africano, e Pelágio, o monge britânico que vivia em Roma, travaram violento duelo mental sobre o como da redenção: Pelágio defendia a antroporredenção, redenção pelo poder do livre-arbítrio humano – ao passo que Agostinho só defendia Teorredenção, redenção pelo poder da graça divina; Deus salva o homem, o homem só se pode perder por si mesmo, mas não se pode salvar por si mesmo.” [4]
O monergismo veio a prevalecer como doutrina oficial da Igreja e todas as outras teorias foram rechaçadas e condenadas pelos antigos concílios cristãos.
Cumpre destacar que segundo Averróis[5] as posturas da Igreja oficial – qualquer que seja ela – eram meios para atingimento de determinado fim, posto que o ilustre filósofo cordobês afirmava que “as crenças populares, como a antropomorfização de Deus e dos anjos, as representações sensíveis do paraíso e do inferno, bem como a liturgia de todas as religiões, são meios práticos necessários para levar o homem comum à prática da virtude”. [6]
Após a exposição desses conceitos teóricos, passo a apresentar uma pequena resenha de como duas das mais antigas tradições, a egípcia e a cristã vêem a peregrinação da alma no post-mortem e a salvação.
Pois bem, nesse contexto, a idéia de pecado só se justifica se o indivíduo acreditar na existência de vida após a morte e na necessidade de salvar-se, posto que em não se considerando que haja vida além túmulo, não há razão, pelo menos no que se refere ao indivíduo isoladamente considerado, para esperar qualquer recompensa ou punição no além.
Mas, como e quem nos pode oferecer a salvação? Em que pese, hodiernamente não haver grandes contendas sobre o tema, no passado esta questão suscitou debates acalorados.
Na Igreja cristã primitiva discutiu-se sobre o tópico e duas correntes de pensamento se enfrentaram: o monergismo e o sinergismo.
O monergismo asseverava que o homem não tinha qualquer participação em sua salvação, sendo salvo ou condenado exclusivamente pela decisão soberana de Deus.
Já os defensores do sinergismo afirmavam que Deus era o responsável pela salvação, mas o homem tinha algum grau de participação.[2]
Sobre o tema, destaca-se Huberto Rohden[3]: “Nos séculos IV e V da Era Cristã, dois teólogos, Agostinho, o africano, e Pelágio, o monge britânico que vivia em Roma, travaram violento duelo mental sobre o como da redenção: Pelágio defendia a antroporredenção, redenção pelo poder do livre-arbítrio humano – ao passo que Agostinho só defendia Teorredenção, redenção pelo poder da graça divina; Deus salva o homem, o homem só se pode perder por si mesmo, mas não se pode salvar por si mesmo.” [4]
O monergismo veio a prevalecer como doutrina oficial da Igreja e todas as outras teorias foram rechaçadas e condenadas pelos antigos concílios cristãos.
Cumpre destacar que segundo Averróis[5] as posturas da Igreja oficial – qualquer que seja ela – eram meios para atingimento de determinado fim, posto que o ilustre filósofo cordobês afirmava que “as crenças populares, como a antropomorfização de Deus e dos anjos, as representações sensíveis do paraíso e do inferno, bem como a liturgia de todas as religiões, são meios práticos necessários para levar o homem comum à prática da virtude”. [6]
Após a exposição desses conceitos teóricos, passo a apresentar uma pequena resenha de como duas das mais antigas tradições, a egípcia e a cristã vêem a peregrinação da alma no post-mortem e a salvação.
[1]
Em que pese o tema fé não ser objeto do presente livro, trago ao leitor
interessante postura de Maimôides. Moisés Bem Maimon (1135-1204) foi um
destacado rabino espanhol do século XII. Seus escritos cobrem uma vasta área da
teologia e da filosofia, em especial as relações entre fé e razão. Entendia que
“a fé em Deus deve ser totalmente desinteressada, ou seja, não esperar nenhuma
recompensa e, acrescentemos nenhum castigo por suas ações; o Deus maimonidiano
não é um bicho-papão. O exercício da justiça, da verdade e do amor ao próximo
constituem, por si sós, sua recompensa. Maimônides percebeu muito bem que essa
sublime concepção estava ao alcance apenas de uma ínfima parcela da humanidade,
cujo modelo basilar seria o patriarca Abraão. Assim, ele admitia como aceitável
para o judaísmo a fé interesseira, ou seja, a fé daquele que crê na recompensa
por suas boas ações e no castigo para as más, única forma de fé acessível ao
comum das pessoas, (...)” HADDAD, Gerard
– Maimônides; Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira – São Paulo –
Editora Estação Liberdade – 2003 – p. 78.
[2]
Alguns
pensadores cristãos de diversas épocas desenvolveram diferentes formas de
sinergismo, como o pelagianismo, que nega a existência do pecado original, e em
assim sendo pelas boas obras o homem poderia salvar-se, e o semipelagianismo,
que afirma que o homem tem alguma participação na salvação, ao se predispor
para tal.
[3] Huberto Rohden (1893-1981) –
filósofo, educador e teólogo brasileiro. Tido como o precursor brasileiro do
espiritualismo universalista. Escreveu cerca de 100 obras, com ênfase na
filosofia univérsica ou cósmica – linha de pensamento que propõe a unidade da
ciência e religião e a universalidade do homem e as forças da natureza.
[4] ROHDEN, Huberto – Metafísica do Cristianismo: a alma de Jesus revelada no Pai-nosso – São Paulo – Editora Martin Claret – 5ª Edição – 2011, p. 19.
[5] Averróis foi um médico, jurista e filósofo nascido em 1126 em Córdoba, atual Espanha, então sob domínio muçulmano. Destacou-se por seus comentários e interpretações às obras de Aristóteles. Em suas obras procura harmonizar razão e fé. Concebe o universo como uma totalidade, sempre em movimento e transformação, na qual todos os seres formam uma escala de graus de potencialidade e atualidade, desde o ato puro - Deus, que é o motor necessário, pois tem em si o princípio do movimento, até a pura potência identificada com a matéria prima. Em razão das suas idéias, Averróis foi acusado e condenado por “impiedade religiosa” pelo príncipe Al-Mansur.
[6] COSTA, José Silveira da – Averróis: o aristotelismo radical – São Paulo – Editora Moderna – 3ª Edição – 1994, p. 51.
[4] ROHDEN, Huberto – Metafísica do Cristianismo: a alma de Jesus revelada no Pai-nosso – São Paulo – Editora Martin Claret – 5ª Edição – 2011, p. 19.
[5] Averróis foi um médico, jurista e filósofo nascido em 1126 em Córdoba, atual Espanha, então sob domínio muçulmano. Destacou-se por seus comentários e interpretações às obras de Aristóteles. Em suas obras procura harmonizar razão e fé. Concebe o universo como uma totalidade, sempre em movimento e transformação, na qual todos os seres formam uma escala de graus de potencialidade e atualidade, desde o ato puro - Deus, que é o motor necessário, pois tem em si o princípio do movimento, até a pura potência identificada com a matéria prima. Em razão das suas idéias, Averróis foi acusado e condenado por “impiedade religiosa” pelo príncipe Al-Mansur.
[6] COSTA, José Silveira da – Averróis: o aristotelismo radical – São Paulo – Editora Moderna – 3ª Edição – 1994, p. 51.
Tempo - Fernando Pessoa
"Há um tempo que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Dica de Livro n.º 4 - The Secret Teachings of All Ages - Manly P. Hall
"The Secret Teachings of all Ages" é um clássico da literatura esotérica. Escrito por Manly Palmer Hall (1901-1990), místico canadense, aborda, ao longo das suas 751 páginas (Reader's edition), uma ampla gama de assuntos, desde Antigas Sociedades Secretas à Hermes, de Pitágoras ao Tarot, da Maçonaria às Religiões oriundas da Bíblia. Um livro a ser lido pelos amantes do tema.
Viver - Marco Aurélio
“Se acaso encontrares nessa vida algo melhor do
que a justiça, a verdade, a temperança, a coragem, melhor ainda do que o
pensamento que a si mesmo basta quando, submisso à razão, fornece o rumo certo
de atividade, que com seu destino se conforma ao aceitar a sorte que não
escolheu, se, reafirmo, encontrares algo melhor, abraça-te a isso com todas as
forças e goza o bem supremo que descobristes.”
Marco Aurélio
domingo, 27 de outubro de 2013
Felicidade - Huberto Rohden
"A felicidade só pode ter por alicerce a liberdade, e a
liberdade é filha da verdade. Logicamente, só pode ser real e definitivamente
feliz quem conhece a verdade, a verdade vivida e saboreada experencialmente.
Atingir a essência das coisas existentes é perceber a unidade através da pluralidade.
Só o Infinito é pleniconsciente, e, portanto, plenamente livre. O homem, todavia, é parcialmente livre, porque parcialmente consciente. Em Deus, a substância infinita, não há vestígio da causalidade, no sentido passivo (ser causado); qualquer outro ser, porém, está sujeito à causalidade passiva, isto é, não-livre.
De maneira que o homem, livre por sua essência divina, não é livre por sua existência humana. Pela ignorância, os sentidos nos mantêm na inconsciência da nossa escravidão.Pela ciência, o intelecto nos torna conscientes da nossa escravidão.Pela sapiência, a razão nos liberta da escravidão.
A verdade sobre Deus, a verdade sobre o mundo, a verdade sobre nós mesmos – eis a grande libertadora!
Atingir a essência das coisas existentes é perceber a unidade através da pluralidade.
Só o Infinito é pleniconsciente, e, portanto, plenamente livre. O homem, todavia, é parcialmente livre, porque parcialmente consciente. Em Deus, a substância infinita, não há vestígio da causalidade, no sentido passivo (ser causado); qualquer outro ser, porém, está sujeito à causalidade passiva, isto é, não-livre.
De maneira que o homem, livre por sua essência divina, não é livre por sua existência humana. Pela ignorância, os sentidos nos mantêm na inconsciência da nossa escravidão.Pela ciência, o intelecto nos torna conscientes da nossa escravidão.Pela sapiência, a razão nos liberta da escravidão.
A verdade sobre Deus, a verdade sobre o mundo, a verdade sobre nós mesmos – eis a grande libertadora!
Compreender o universo, diz Spinoza, é estar libertado dele.
Compreender tudo, é estar livre de tudo. Somos escravos de tudo o que ignoramos
– somos livres de tudo que sabemos.
A ética racional é a proclamação da suprema e definitiva liberdade do homem.”
Huberto Rohden
A ética racional é a proclamação da suprema e definitiva liberdade do homem.”
Huberto Rohden
sábado, 26 de outubro de 2013
Dica de Terapeuta n.º 2 - Ana Cláudia Dutra
Ana Claúdia Magalhães Dutra
Graduada em psicologia pela
Universidade de Fortaleza, UNIFOR em 1990, donde tem desde então pesquisado a
psicologia de Jung, ministrando cursos, vivências e realizando a sua prática
clínica nesta abordagem. Participou de grupos de estudo de Jung, também de
palestras e treinamentos em Gestalterapia, Psicologia transpessoal e Psicologia
Sagrada.
Terminou o curso de extensão para
formação de professores de Yoga, promovido pela UFC e ACEPY (Associação
Cearense de pesquisa de Yoga) em 1994 e em 2000. Fez um curso no método de
Yogaterapia ministrado pelo norte-americano Joseph Le Page, Integrative Yoga
Therapy. Concluiu uma pós-graduação em Yoga pela UNIFOR em março de 2004.
Trabalha
desde 1995 no SESC com grupos de yoga para jovens, adultos e terceira idade, e
desde 1991 realiza atendimentos individuais e em grupo, realizando psicoterapia
de orientação Junguiana.
É
Professora do Curso Livre de Formação para Professores de Yoga desde 2004,
co-ministrando as disciplinas de Psicologia do Yoga, Meditação e Relaxamento.
É
co-autora, juntamente com outros professores do Livro "Yoga:Formando Instrutores",
do Curso de Formação de Instrutores de Yoga, lançado em 2007 no Congresso
nacional de Yoga, em Fortaleza.
Desenvolve
atualmente curso de capacitação para construção de mandalas como recurso
pedagógico e terapêutico, integrando este trabalho com as danças circulares,
poesia e música.
Coordena
a Casa da Felicidade, espaço de dedicado ao Autoconhecimento onde realiza
atendimentos individuais e em grupos de Psicoterapia, Yogaterapia, grupos de
estudos e terapêuticos. Endereço: Av. Santos Dumont 2727 sala 505, esquina com
a Rua Osvaldo Cruz, Aldeota
Contatos:
casadafelicidade.yoga@gmail.com
ou (85)88119099
Facebook: Casa da
Felicidade Centro de Yoga
Sabedoria - André Comte-Sponville
André Comte-Sponville
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Artigos - Subdesempenho Espiritual Satisfatório - José Anastácio de Sousa Aguiar
Subdesempenho Espiritual Satisfatório
"Filósofo em Meditação" obra de Rembrandt |
O termo subdesempenho satisfatório é
uma expressão normalmente relacionada aos campos da administração, pública e
privada, bem como da economia. Trata-se de uma forma de patologia na qual os
componentes, em especial as lideranças, de um grupo, seja empresa ou governo,
não sabem como atingir o potencial pleno em suas atividades e então se
conformam com o que já conseguiram.
Assim, conduzem suas organizações com
um sentimento satisfatório de dever cumprido, mas muito aquém do que seria
possível atingir se fosse estimulado o desenvolvimento da potencialidade máxima
de suas instituições. O consectário lógico de tal miopia a médio e longo prazo
é a falência do ente privado e a má prestação de serviços pelo órgão público.
Pois bem, assim como acontece com as
instituições, acontece com as pessoas. Alguns crêem que a consecução de
objetivos materiais, seja, universidade, emprego, aposentadoria, ou qualquer
outra atividade externa ao indivíduo seja o ápice da passagem por este planeta e motivo suficiente para deixar
arrastar-se pelo marasmo do cotidiano, limitando-se às manifestações orgânicas
do “Id” em detrimento dos mais caros
valores do “Superego”, tolhendo, assim, diuturnamente o seu próprio potencial de crescimento emocional e espiritual.
Concluo com as palavras de
Louis-Claude de San-Martin, em “O Ministério do Homem-Espírito”: “Considera
brevemente o que te ocupa durante esse percurso. Poderias acaso crer que teria
sido para um destino tão nulo que te verias dotado de faculdades e propriedades
tão superiores? Terias nascido tão penetrante, tão grandioso, tão vasto nas
profundezas de teus desejos e pensamentos somente para consumires tua
existência com ocupações tão fastidiosas por sua periodicidade; tão tenebrosas
e limitadas em seu objetivo; enfim, tão contrárias à tua nobre energia, dado o
capricho que parece mantê-las em sua dependência e delas ser o soberano
árbitro?"
José Anastácio de Sousa Aguiar
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