Conta
a lenda, que os irmãos Marta, Maria e Lázaro tiveram que fugir da Judeia após a
morte de Jesus, em razão da primeira perseguição aos seguidores de Cristo.
Teriam
fugido de barco e aportado na costa da França. Por lá, pregavam a fé cristã.
Certa feita, os habitantes da cidade de Tarascon pediram à Marta que os
ajudassem contra um dragão que aterrorizava a população. Marta adentrou na
floresta e lá encontrou o dragão que devorava um homem. Na presença do violento
animal, aspergiu algumas gotas de água benta, atou-o com o seu próprio cinto e
o levou à cidade como se fosse um dócil cordeiro. Atônito, o povo atacou o
dragão com paus e pedras e o matou.
A
fascinante lenda de Santa Marta traz uma clara alusão à psique humana. O dragão
é facilmente identificável com as sombras que habitam o Inconsciente (representado
pela floresta) de todos nós, simbolizando nossos medos, culpas, angústias, incertezas
etc. A consciência, em equilíbrio, é representada por Santa Marta, que de posse
da água benta (qualidades do espírito, tais como: Respeito, Sinceridade,
Gentileza e Serviço, como diria Lao-Tsé) facilmente domina as pulsões
instintuais e as coloca a serviço da Consciência. O populacho, por sua vez,
parece referir-se aos impulsos do ego, que movido pelo medo e desconhecimento,
usa a força bruta para destruir o que ignora.
A
temática acima referida foi amplamente estudada e teorizada por Carl G. Jung, o
pai da Psicologia Analítica, o qual indico a leitura de suas obras.
E
você, como lida com o seu Dragão?
Anastácio Aguiar
Psicanalista, hipnoterapeuta e constelador familiar sistêmico
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