Volta e meia, sou inquirido, seja por aluno ou
paciente, sobre qual seria o passo mais importante no processo terapêutico. De
início, adianto que a pergunta não é tão simples como possa parecer, mas deixo
a minha contribuição para o estudo do tema.
Costumo dividir, academicamente, o iter
terapêutico em duas fases: a investigativa e a terapêutica propriamente dita.
Quanto à primeira, como a denominação antecipa, busca-se encontrar o(s)
fatore(s) que ocasionou(aram) a neurose (lembrando aos que tem pouca vivência
com a psicanálise, que Freud considerava que todos nós somos neuróticos em
graus diversos). Já na segunda fase, o terapeuta deve lançar mão das técnicas e
métodos que entende possa resolver a demanda do quadro clínico.
Dentre as questões que carregam relevância na
formação e desenvolvimento das neuroses, uma se sobressai: o passado não
elaborado, as questões da infância não ressignificadas. Nesse contexto, creio ser
a efetivação da “Paz com o Passado” a pedra angular em todo trabalho terapêutico.
Qualquer método ou técnica que desconsidere
essa máxima corre o risco de ser efêmero ou oferecer poucos resultados, posto
que o Inconsciente em ebulição está sempre pronto a inquietar o Consciente.
Assim, como um dia já afirmou Jung: “até você se tornar Consciente, o
Inconsciente irá dirigir a sua vida e você vai chamá-lo de destino”.
José Anastácio de Sousa Aguiar
Psicanalista, hipnoterapeuta e terapeuta de vidas passadas
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