Certa
feita, Tata e seu fiel escudeiro percorriam terras longínquas, visitando
vilarejos e cidades, ao tempo que acolhiam aqueles que buscavam o mestre para
orientação e aconselhamento.
Em
um dos encontros com a população local, Tata discorria sobre a importância do
autoconhecimento e da busca verdadeira da sabedoria e da paz interior quando
foi questionado por um dos locais.
_
Mestre, é verdade que temos que estar atento à busca espiritual, mas sempre nos
deparamos com um mar de dificuldades, em especial, quando enfrentamos pessoas
que estejam dispostas a boicotar nossa jornada rumo ao equilíbrio. Seriam esses
indivíduos os nossos maiores inimigos?
Tata,
de posse da brandura que lhe é peculiar, respondeu:
_ O
nosso maior e único inimigo somos nós mesmos, quando nos apegamos a um ego
vaidoso e arrogante, preferindo as planícies da ignorância e da inércia espiritual
ao mergulho em si mesmo. Provavelmente, o medo de reconhecer quem nós realmente
somos e encarar os nossos demônios pessoais, descortinando por completo as
nossas sombras, nos paralisa no hades do niilismo, desperdiçando a encarnação e
retirando de cada um o que de mais precioso nós temos: a oportunidade de sermos
quem realmente somos – o Divino que há em nós.
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