As folhas amareladas do
outono margeavam a estrada pela qual Tata e seu fiel discípulo caminhavam.
Ambos retornavam ao mosteiro onde habitavam depois de uma longa jornada, quando pararam
à sombra de frondosas árvores sob as quais vários peregrinos descansavam.
Ao aproximarem-se do pequeno
grupo de pessoas, saltou dentre eles um rico comerciante, que prontamente
aproximou-se de Tata demonstrando grande alegria e ansiedade em vê-lo e assim asseverou:
“Que coincidência, mestre, encontrá-lo aqui, pois o procuro há várias semanas
sem sucesso e quando já havia desistido, paro para descansar e o encontro”. Sem
esperar qualquer resposta, continuou: “Tenho procurado a sabedoria e a paz há
muito tempo; leio livros, visito mosteiros, concedo favores aos mais
necessitados, mas a minha busca até agora restou infrutífera, o que mais devo
fazer, mestre?”
Tata, após alguns segundos,
ponderou: “Ao procurar algo externo, o indivíduo realiza o desejo do Ego. Todos
nós já temos tudo o que precisamos para encontrar a paz e a sabedoria. A tarefa
principal não é onde ou como procurar, mas sim, deixar-se Ser pelo que já se É.
Tudo o que sentimos, nos tornamos, é assim para todo mundo. Uma vez que
abandonamos as expectativas e nos entregamos ao Divino que há em nós, estamos
aptos a encontrar-nos.”
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