sexta-feira, 25 de julho de 2014

Crônica - A redescoberta da capacidade de amar ou O método de cura pelo amor - José Anastácio de Sousa Aguiar


Desde a criação do processo analítico por Sigmund Freud várias foram as opiniões, comentários e críticas sobre a sua validade como processo terapêutico, bem como sobre sua verdadeira eficácia.
Cumpre inicialmente destacar que o referido método terapêutico foi inicialmente formulado, em uma versão embrionária, por Josef Breuer e Freud o complementou e aperfeiçoou. Breuer inicialmente o denominou de método catártico, mas o pai da psicanálise preferiu chamá-lo de psicanalítico.
Tem-se entendido que o processo analítico constitui-se em fazer chegar à consciência do paciente o teor inconsciente cuja repressão provocou a enfermidade. Assim, ao serem identificadas as suas origens, a perturbação desaparece.
Alguns entendem que a psicanálise tem um alcance limitado, outros preferem entender que é um método inócuo, que não realiza verdadeiramente a cura.
Creio que parte das críticas dão-se por não ter sido entendido o verdadeiro alcance da técnica psicanalítica, posto que a psicanálise não deve se limitar à identificação das causas da repressão, mas sim ir além, provocar a facilitação da redescoberta da capacidade de amar por parte do paciente. Vejamos o que diz o próprio Freud sobre o tema, denominando-o o ‘método de cura pelo amor’ (em Gradiva de Jensen e outros trabalhos): “Todo tratamento psicanalítico é uma tentativa de libertar amor reprimido que na conciliação de um sintoma encontrara escoamento insuficiente”.
José Anastácio de Sousa Aguiar

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