sábado, 27 de julho de 2019

Análise da Estrutura de Caráter - Parte I - A estrutura Esquizóide


Análise da Estrutura de Caráter
Parte I – A estrutura Esquizóide

O presente texto tem o objetivo de fazer algumas considerações sobre a análise da estrutura de caráter, um dos principais pontos da terapia bioenergética, uma abordagem terapêutica desenvolvida por Alexander Lowen a partir das teorias e técnicas de Wilhelm Reich.
Pois bem, a estrutura de caráter define o modo como a pessoa lida com a sua necessidade de amar, sua procura de intimidade e proximidade e sua busca de prazer.
As estruturas de caráter são 5: Esquizóide, Oral, Psicopático, Masoquista e Rígido e são formadas em momentos específicos do desenvolvimento infantil e reforçadas a partir de então. A formação obedece a seguinte ordem cronológica a partir da concepção: Esquizóide – antes ou logo após o nascimento; Oral – após o nascimento e até os 2 anos de idade; Psicopático: durante a primeira infância; Masoquista: durante a segunda infância e Rígido: fase genital.
O caráter Esquizóide tem como fator primordial na sua formação o sentimento de abandono vivenciado pela criança durante a gestação ou logo após o nascimento. A referida sensação de abandono força a criança a buscar a dissociação, tendo em vista que ela não se considera bem-vinda a este mundo.
O adulto tende a ter tendência ao isolamento e encontra pouca satisfação na realidade corriqueira. Existe a tendência de buscar sempre refúgio dentro de si, tendo o comportamento do porco espinho quando se sente ameaçado.
Apresenta-se também hipersensível devido a um precário limite em torno do ego. Essa fraqueza reduz sua resistência a pressões externas, forçando a pessoa a fugir como mecanismo de legítima defesa do ego.
Sua energia primordial está concentrada no núcleo da psique e tem pouco acesso às regiões periféricas do corpo, o que cria no indivíduo com essa estrutura a tendência a evitar relacionamentos íntimos e afetuosos.
Sua energia tende a ser carreada para a intelectualização e para o mundo espiritual, como mais uma forma de dissociação.  
O principal problema dessa estrutura é o medo (de não ter direito de existir), que força na pessoa a necessidade de fortalecer seus limites defensivos.
Nos próximos textos, destacarei as outras estruturas e alguns outros aspectos relevantes da Bioenergética. 

José Anastácio de Sousa Aguiar
Psicanalista, Hipnoterapeuta e Terapeuta de Vidas Passadas

Bibliografia:
O Corpo em Terapia e Bioenergética - Alexander Lowen
Mãos de Luz - Barbara Ann Brennan

Sabedoria popular


Namaste


terça-feira, 16 de julho de 2019

Se você pudesse voltar no tempo...


A Jornada do Herói ou A Consciência, o Santo Graal da vida

A Jornada do Herói, ou como alguns preferem Monomito, é um conceito de caminhos cíclicos presente em mitos e nas histórias de vida de cada um de nós, mortais. O conceito, segundo consta, foi idealizado por Joseph Campbell em seu livro “O Herói de Mil Faces” e está intimamente relacionado com o conceito junguiano de Arquétipos.
Pois bem, a Jornada do Herói é fundamentalmente interior, um percurso rumo à profundidade de cada um onde obscuras resistências devem ser integralizadas e ressignificadas, para que possam renascer poderes há muito tempo esquecidos para serem disponibilizados para a transformação da vida do indivíduo.
A jornada, por essência, perigosa pelo enfrentamento das Sombras, entretanto, essencial, por estar em jogo a própria Individuação, meta final da caminhada, não visa a conquista, mas a reconquista; não visa a descoberta, mas a redescoberta de si mesmo.
O herói é um símbolo da imagem divina e redentora que está escondida dentro de cada um de nós, como o Self junguiano, que está aguardando ser reapropriado pelo espírito, outrora, decaído presente em cada um e trazido de volta à vida por meio da transcendência da Totalidade.
As tradições grega e romana trazem um pertinente exemplo da Jornada do Herói no mito de Caronte, o barqueiro de Hades, o rei do submundo (Inconsciente). Como um psicopompo (guia da Alma), Caronte carregava as almas dos mortos de uma margem do rio Estige para a outra, mas apenas se seus cadáveres recebessem as honras fúnebres (ou, em outra versão, se tivessem uma doação para pagar a viagem). Aqueles que não possuíam ofertas eram forçados a vagar eternamente e sem paz nas brumas do rio.
As honras fúnebres ou a doação para pagar a viagem nada mais são do que a representação da Consciência, que se exprime no Santo Graal da jornada nossa de cada dia.
José Anastácio de Sousa Aguiar
Psicanalista, hipnoterapeuta e terapeuta de vidas passadas

Chique é...