sábado, 26 de abril de 2014

A Plenitude do Amor - Mahatma Gandhi


Resumo do Livro VII de Sigmund Freud - Um Caso de Histeria, Três Ensaios sobre Sexualidade e Outros trabalhos (1901-1905)

Resumo do Livro VII – Um caso de histeria, Três ensaios sobre sexualidade e Outros trabalhos (1901-1905)
Um Caso de Histeria
Fragmento da análise de um caso de histeria
Notas Preliminares
_ devo insistir que o aprofundamentos nos problemas do sonho é um pré-requisito indispensável para a compreensão dos processos psíquicos da histeria e das outras psiconeuroses – p. 22;
_ este caso clínico pressupõe o conhecimento da interpretação dos sonhos, sua leitura parecerá extremamente insatisfatória àqueles que não atenderem a este pressuposto – p. 22;
_ funcionamento do (novo) método da psicanálise – p. 23;
_ objetivo neste caso clínico era demonstrar a estrutura íntima da doença neurótica e o determinismo de seus sintomas – p. 24;
I – Caso Clínico (Dora)
_ a interpretação dos sonhos como conhecimento imprescindível ao psicanalista – p. 26;
_ o sonho é um dos desvios por onde se pode fugir ao recalcamento - p. 26;
_ começo o tratamento solicitando que me seja narrada toda a biografia do paciente e a história da sua doença – p. 27;
_ dois fundamentos da incapacidade dos doentes de fazer uma exposição ordenada de sua biografia no que ela coincide com a história de sua doença – p. 27/28;
_ relação entre as lembranças e os sintomas patológicos – p. 28;
_ o objetivo prático do tratamento é eliminar todos os sintomas possíveis e substituí-los por pensamentos conscientes, podemos considerar como segundo objetivo, de cunho teórico, reparar todos os danos à memória do paciente – p. 28/29;
 _ círculo familiar da paciente de dezoito anos – ela, os pais e um irmão, um ano e meio mais velho – p. 29;
_ grande ternura dela para com o pai, aumentado pelas doenças do pai – p. 29;
_ a mãe apresentava o quadro de psicose da dona de casa (neurose obsessiva) e a relação entre mãe e filha eram inamistosas havia vários anos. Ela menosprezava a mãe. A relação com o irmão também não era boa, pois o irmão apoiava a mãe, assim a costumeira atração sexual aproximara pai e filha, de um lado, e mãe e filho, de outro – p. 30;
_ Dora já com oito anos começara a apresentar sintomas neuróticos – dispinéia crônica, teve diagnóstico de distúrbio puramente nervoso – p. 31;
_ com doze anos começou a sofrer de enxaqueca (unilateral) e tinha acessos de tosse nervosa. Tinha também episódios de perda da voz – p. 32;
_ primeiro contato com Dora aos 17 anos – p. 32;
_ aos 18 anos, Dora apresentava desânimo e uma alteração de caráter, não estava satisfeita consigo mesma, nem com a família. Procurava evitar contatos sociais e foi descoberta uma carta em que Dora se despedia da vida. Certo dia, após ligeira troca de palavras entre pai e filha, teve o primeiro ataque de perda de consciência, assim, ficou decidido, apesar da relutância, tratar-se comigo – p. 33;
_ caso típico de “pequena histeria” – com os mais comuns de todos os sintomas somáticos e psíquicos: dispnéia, tosse nervosa, afonia, enxaqueca, junto com depressão, insociabilidade histérica e um tédio de viver – p. 33;
_ o pai de Dora conta que a família tinha feito amizade muito íntima com a família K, no qual quando o pai ficara doente, a Sra. K cuidara dele e o Sr. K. tinha muita estima por Dora. Contou também que Dora desenvolvera um ódio pelo Sr. K., pois um dia, havia contado Dora, em um passeio de Dora e o Sr. K. pelo lago, ele teria feito uma proposta amorosa a Dora. Chamado a se explicar, o Sr. K. negou veementemente e começou a lançar suspeitas em relação a Dora. O pai de Dora concluiu que esse incidente seria o causador do estado de Dora – p. 34/35;
_ trauma psíquico como condição prévia indispensável para a gênese de um estado patológico histérico, mas neste caso o trauma não basta para esclarecer a especificidade do sintoma – p. 36;
_ Dora sentiu no evento sensação de repugnância – p. 37;
_ mecanismo da inversão do afeto – p. 37;
_ exemplo de deslocamento da sensação e alucinação sensorial como consequência do evento no lago – p. 38;
_ três sintomas: a repugnância, a sensação de pressão na parte superior do corpo e a evitação dos homens em conversa afetuosa – p. 39;
_ cena do beijo ocorrido na loja – p. 40;
_ melhora das doenças da Sra. K. e insinceridade do pai de Dora – p. 42;
_ censuras de Dora a seu pai estavam assim revestidas de autocensuras de conteúdo idêntico – p. 43;
_ identificação de Dora com a prima – p. 46;
_ interpretação da afonia de Dora: ausência do amado – p. 47;
_ censura pela simulação de doença que Dora fez ao pai – p. 49;
_ o sintoma é para a vida psíquica um hospede indesejável – p. 50;
_ os motivos para adoecer muitas vezes começam a se fazer sentir já na infância – p. 51;
_ na histeria, é no combate aos motivos da doença que reside, de modo geral, o ponto fraco para qualquer terapia, inclusiva a psicanálise. No caso de Dora, esse objetivo era claramente de sensibilizar o pai e afastá-lo da Sra. K. Nenhum dos atos do pai parecia irritá-la tanto quanto sua presteza em tornar a cena do lago como produto da fantasia dela – p. 51/52;
_ o sintoma significa a representação – a realização – de uma fantasia de conteúdo sexual, isto é, uma situação sexual – p. 53;
_ traço conservador no caráter das neuroses: uma vez formado o sintoma é preservado, mesmo que o pensamento inconsciente que nele encontrou expressão tenha perdido seu significado – p. 58;
_ a sequência de pensamentos de Dora, tida como hipertensa, reforçada ou hipervalente mostra seu caráter patológico e por maiores que sejam os esforços do pensamento consciente e voluntário da pessoa, não se pode dissipá-la ou eliminá-la: “Não consigo parar de pensar em outra coisa, não posso perdoá-lo.” Essa sequência hipertensa de pensamentos deve seu reforço ao inconsciente, ela é impossível de resolver pelo trabalho do pensamento, seja porque suas raízes chegam até o material inconsciente, recalcado, seja porque outro pensamento inconsciente se oculta por trás dela. Este último é, na maioria das vezes, seu oposto direto. Os opostos estão estreitamente interligados e, muitas vezes, separam-se em duplas de tal maneira, que um pensamento é consciente com hiperintensidade, enquanto sua contrapartida é recalcada e inconsciente. Essa relação entre os dois pensamentos é um efeito do processo de recalcamento.  O recalcamento muitas vezes se efetua por meio de um reforço excessivo do oposto do pensamento a ser recalcado. A esse processo chama-se de reforço reativo. A maneira de retirar o reforço do pensamento hiperintensificado consiste em tornar consciente seu oposto recalcado – p. 60;
_ aprendi a ver nas relações amorosas inconscientes entre pai e filha ou entre mãe e filho, conhecidas por suas consequências anormais, uma revivificação de germes dos sentimentos infantis – p. 61;
_ crianças destinadas a neuroses têm amadurecimento sexual precoce e são famintas de amor – p. 61;
_ paixão de Dora pelo pai – p. 61;
_ conclusão sobre a sequência hipervalentes de pensamentos de Dora – p. 66;
II – O Primeiro Sonho
_ sonho que já ocorrera a Dora repetidas vezes – p. 67;
_ todo sonho é um desejo, mas só o desejo inconsciente ou um desejo que chegue até o inconsciente possui a força para formar um sonho – p. 70;
_ um sonho de formação regular apoia-se em duas pernas, uma das quais está em contato com a causa atual essencial, e a outra, com algum acontecimento relevante na infância. O desejo que cria o sonho sempre provém da infância e sempre tenta retransformá-la em realidade, corrigir o presente segundo a infância – p. 73;
_ crianças proibidas de brincar com fósforos – análise da representação da água e do fogo – p. 73;
_ significação da enurese para a história primitiva do neurótico – p. 76;
_ por trás da sequência de pensamentos ocultava-se uma auto-acusação – p. 77;
_ função do simbolismo – p. 78;
_ as dores gástricas surgem justamente nos masturbadores (cura por meio do ponto gástrico no nariz) – p. 79;
_ é muito comum os pacientes reconhecerem em outros uma relação que suas resistências emocionais os impossibilitam de reconhecer em sua própria pessoa – p. 79;
_ os sintomas histéricos quase nunca se apresentam enquanto as crianças se masturbam, mas só depois na abstinência – p. 80;
_ o sonho não é um propósito que se representa como executado, mas um desejo que se representa como realizado e precisamente, além disso, um desejo proveniente da vida infantil – p. 85;
_ analogia para o sonho – p. 86;
_ a experiência mostra que as pessoas a miúde afirmam ter tido o mesmo sonho, quando, na verdade, as aparições isoladas do sonho recorrente se diferenciam por numerosos detalhes – p. 91;
III – O Segundo Sonho
­_ o segundo sonho ocorreu algumas semanas depois do primeiro – p. 93;
_ era preciso explicar por que Dora ficara tão gravemente melindrada pela proposta do Sr. K – p. 94;
_ imagens são um ponto nodal na trama dos pensamentos dos sonhos – p. 95;
_ fantasia de defloração e partilha das conclusões de Freud com Dora – p. 98;
_ Dora sofria constantemente de constipação intestinal – p. 99;
_ Dora se via com singular nitidez no sonho subindo escadas – p. 99;
_ auto-punição de Dora, deslocamento e modelo infantil para os sintomas – p. 100;
_ Freud partilha com Dora a conclusão de que Dora ainda amava o Sr. K. – p. 101;
_ motivo da bofetada de Dora no Sr. K – p. 103;
_ Dora abandona o tratamento – p. 105/106;
_ a despeito de todo empenho médico de curar, tenho muito presente que a influência psíquica necessariamente tem limites, e respeito com tais também a vontade e a compreensão do paciente – p. 106;
_ os doentes são dominados pela oposição entre a realidade e a fantasia. Aquilo por que mais intensamente anseiam é justamente aquilo de que fogem quando lhes é apresentado pela realidade, e com maior gosto se entregam às suas fantasias quando já não precisam temer a realização delas – p. 106;
IV – Pósfácio
_ 2 objetivos da publicação do caso Dora – p. 109;
_ os fenômenos patológicos são a atividade sexual do doente e a sexualidade é a chave do problema das psiconeuroses, bem como das neuroses em geral – p. 110;
_ o que são as transferências? – p. 111;
_ interpretar os sonhos, extrair das associações do enfermo os pensamentos e lembranças inconscientes, e outras artes similares de tradução são fáceis de aprender: o próprio doente sempre fornece o texto para elas. Somente a transferência é que se tem de apurar quase que independentemente a partir de indícios ínfimos e sem incorrer em arbitrariedades – p. 111/112;
_ o tratamento psicanalítico não cria a transferência, mas simplesmente a revela como a tantas outras coisas ocultas na vida anímica – p. 112;
_ fui surpreendido pela transferência e ela se vingou de mim como queria vingar-se do Sr. K, e me abandonou como se acreditara enganada e abandonada por ele – p. 113;
_ no segundo sonho de Dora, a transferência é substituída por diversas alusões claras – p. 114;
_ quinze meses após o término do tratamento recebe notícias de Dora, ela apresentou-se para concluir a sua história e pedir ajuda novamente – p. 115;
_ nevralgia como auto-punição – p. 116;
_ significados do primeiro e segundo sonhos – p. 116;
Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905)
_ os Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, juntamente com a Interpretação dos Sonhos figuram como as contribuições mais significativas e originais de Freud para o conhecimento humano – p. 120;
_ fatores causais da histeria remontam à infância – p. 122;
_ as crianças são capazes de todas as funções sexuais psíquicas e de muitas somáticas e é errôneo supor que a vida sexual comece na puberdade – p. 122;
I – As Aberrações Sexuais
_ pulsão sexual – p. 128;
(I) Desvios com respeito ao objeto sexual
(A) A Inversão
Comportamento dos Invertidos
_ tipos e variações da inversão – p. 129;
Concepção da Inversão
Degeneração
Caráter Inato
Explicação da Inversão
O Recurso à Bissexualidade
Objeto Sexual dos Invertidos
Alvo Sexual dos Invertidos
Conclusão
(B) Animais e pessoas sexualmente imaturas como objetos sexuais
(2) Desvios com respeito ao alvo sexual
(A) Transgressões Anatômicas
Supervalorização do Objeto Sexual
Uso sexual da mucosa dos lábios e da boca
Uso sexual do orifício anal
Significação de outras partes do corpo
Substituição Imprópria do Objeto Sexual – Fetichismo
(B) Fixações em alvos sexuais provisórios
Surgimento de novas intenções
O tocar e o olhar
Sadismo e masoquismo
(3) Considerações gerais sobre as perversões
Variação e doença
A participação do anímico nas perversões
Duas conclusões
(4) Pulsão sexual dos neuróticos
A Psicanálise
Resultados da psicanálise
Neurose e perversão
(5) Pulsões parciais e zonas erógenas
(6) Esclarecimentos sobre a aparente preponderância da sexualidade perversa nas psiconeuroses
(7) Indicação do infantilismo na sexualidade  
II – A Sexualidade Infantil
O descaso para com o infantil
Amnésia infantil
(I) O período de latência sexual da infância e suas rupturas
As inibições sexuais
Formação reativa e sublimação
Rupturas do período de latência
(2) As manifestações da sexualidade infantil
O chuchar
Auto-erotismo
(3) O Alvo sexual da sexualidade infantil
Características das zonas erógenas
O alvo sexual infantil
(4) As manifestações sexuais masturbatórias
Atividade da zona anal
Atividade da zona genital
A segunda fase da masturbação infantil
O retorno da masturbação da lactância
Disposição perversa polimorfa
Pulsões parciais
(5) A Investigação Sexual Infantil
A pulsão de saber
O enigma da esfinge
Complexo de castração e inveja do pênis
Teorias do nascimento
A concepção sádica da relação sexual
O fracasso típico da investigação sexual infantil
(6) As Fases de Desenvolvimento da Organização Sexual
Organizações pré-genitais
Ambivalência
Os dois tempos da escolha objetal
(7) As Fontes da Sexualidade Infantil
Excitações mecânicas
Atividades muscular
Processos afetivos
Trabalho intelectual
As diferentes constituições sexuais
Vias de influência recíproca
III – As Transformações da Puberdade
(I) O primado das zonas genitais e o pré-prazer
Tensão sexual
O mecanismo do pré-prazer
Os perigos do pré-prazer
(2) O problema da excitação sexual
O papel das substâncias sexuais
Apreciação dos órgãos sexuais internos
Teoria química
(3) A Teoria da Libido
(4) Diferenciação entre o homem e a mulher
Zonas dominantes no homem e na mulher
(5) O Encontro do objeto
O objeto sexual na fase da amamentação
Angústia infantil
A barreira do incesto
As repercussões da escolha objetal infantil
Prevenção da inversão
Resumo
Fatores que perturbam o desenvolvimento
Constituição e hereditariedade
Elaboração ulterior
Recalcamento
Sublimação
Experiências acidentais
Precocidade
Fatores temporais
Adesividade
Fixação    
O Método Psicanalítico de Freud (1904[1903])
_ o singular método psicoterápico que Freud pratica e designa de psicanálise é proveniente do chamado procedimento catártico. A teoria catártica foi uma descoberta de Breuer – p. 236;
_ o procedimento catártico pressupunha que o paciente fosse hipnotizável e se baseava na ampliação da consciência que ocorre na hipnose. Tinha por alvo a eliminação dos sintomas patológicos e chegava a isso levando o paciente a retroceder ao estado psíquico em que o sintoma surgira pela primeira vez. Feito isso, emergiam no doente hipnotizado lembranças, pensamentos e impulsos até então excluídos de sua consciência; e mal ele comunicava ao médico esses seus processos anímicos, em meio a intensas expressões afetivas, o sintoma era superado e se impedia seu retorno. A eficácia terapêutica de seu procedimento foi explicada em função da descarga do afeto, até ali como que estrangulado, preso às ações anímicas suprimidas (ab-reação). Mas esse esquema simples da intervenção terapêutica complicava-se em quase todos os casos, pois viu-se que participavam da gênese do sintoma, não uma única impressão (traumática), porém, na maioria dos casos, uma série delas, difícil de abarcar – p. 236;
_ A principal característica do método catártico, em contraste com todos os outros procedimentos de psicoterapia, reside, em que, nele, a eficácia terapêutica não se transfere para uma proibição médica veiculada por sugestão. Espera-se, antes, que os sintomas desapareçam por si – p. 236;
_ o método catártico já havia renunciado à sugestão, e Freud deu o passo seguinte, abandonando também a hipnose – p. 237;
_ ao abandonar a hipnose, Freud perdeu a ampliação da consciência, mas ganhou a associação dos enfermos, ao exortá-los a se deixarem levar em suas comunicações, instigando-os a dizerem tudo o que lhes passar pela cabeça, não excluindo de suas comunicações nenhum pensamento ou ideia – p. 237;
_ descoberta da resistência e da distorção e criação da arte de interpretação freudiana – p. 238;
_ as tarefas que o método psicanalítico se empenha em resolver são: eliminar as amnésias, desfazer os recalcamentos, tornar o inconsciente acessível à consciência. A meta do método é restabelecimento prático do enfermo, a restauração de sua capacidade de rendimento e de gozo – p. 239;
_ indicações e contra-indicações do método – p. 239;
_ requisitos para que uma pessoa se submeta com proveito à psicanálise – p. 240;
_ faixa etária próxima aos cinquenta anos cria condições desfavoráveis para a psicanálise – p. 239;
Sobre a Psicoterapia (1905[1904])
_ a psicoterapia não é um procedimento terapêutico moderno. Ao contrário, é a mais antiga terapia de que se serviu a medicina. – p. 245;
_ método catártico de Breuer e método analítico de Freud – p. 246
_ o método analítico não pode ser confundido com o tratamento hipnótico por sugestão. A técnica da sugestão deposita algo no paciente – a sugestão, já a terapia analítica não deposita nem acrescenta nada de novo, mas antes tira, traz algo para fora, e para esse fim se preocupa com a gênese dos sintomas patológicos. É a única técnica que permite identificar a resistência, e somente a resistência nos possibilita compreender o comportamento do paciente na vida – p. 247;
_ o tratamento psicanalítico faz a exigência ao paciente sobre a sua sinceridade total – p. 249;
_ indicações e contra-indicações do tratamento analítico – p. 249/250;
_ a terapia analítica baseia-se na concepção de que as representações inconscientes – ou melhor, a inconsciência de certos processos anímicos – são a causa imediato dos sintomas patológicos – p. 252;
_ o desvendamento e a tradução do inconsciente realizam-se sob uma resistência contínua por parte do enfermo. O afloramento desse inconsciente está vinculado ao desprazer – p. 252;
_ a necessidade e a privação sexual são fatores que entram em jogo no mecanismo das neuroses. Outro fator é a aversão do neurótico à sexualidade, sua incapacidade de amar, esse traço psíquico a que chamei de recalcamento. Somente a partir do conflito entre as duas tendências é que irrompe a doença neurótica – p. 253;
Minhas teses sobre o papel da sexualidade na etiologia das neuroses (1906[1905])
_ a neurastenia – p. 258;
_ sintomas histéricos são efeitos persistentes de traumas psíquicos e sem levar em conta os traumas de infância, é impossível elucidar os sintomas – p. 259;
_ superestimei a importância da sedução (trauma) na formação das neuroses, mas resta o entendimento de que a atividade sexual infantil (seja ela espontânea ou provocada) prescreve o rumo a ser tomado pela vida sexual posterior após a maturidade, esse esclarecimento corrige o mais importante de meus erros iniciais – p. 260/261;
_ Depois dessa correção, os traumas sexuais infantis foram substituídos, em certo sentido, pelo infantilismo da sexualidade. Não estava longe uma segunda modificação da teoria original. Juntamente com a suposta frequência da sedução na infância, caiu também por terra a ênfase exagerada nas influências acidentais sobre a sexualidade, retomando a sua importância os fatores constitucionais e hereditários – p. 261/262;
_ verificou-se que não importava as excitações sexuais que um indivíduo tivesse experimentado em sua infância, mas antes, acima de tudo, sua reação a essas vivências – se respondera ou não a essas impressões com o recalcamento – p. 263;
_ vínculo entre a saúde, a perversão e a neurose – p. 263;
_ pertence à etiologia das neuroses tudo o que pode atuar prejudicialmente sobre os processos que servem à função sexual – p. 265;
Tratamento Psíquico ou Anímico (1905)
_ “psyche” é uma palavra grega e se concebe, na tradução alemã, como alma. Tratamento psíquico significa, portanto, tratamento anímico. Tratamento psíquico quer dizer, antes, tratamento que parte da alma, tratamento – seja de perturbações anímicas ou físicas – por meios que atuam em primeiro lugar e de maneira direta, sobre o que é anímico no ser humano – p. 271;
_ poder mágico das palavras – p. 271;
_ vínculo e relações entre o físico e o anímico – p. 272;
_ só depois de se estudar o patológico é que compreende a normalidade – p. 274;
_ processos de volição e atenção – p. 276;
_ os médicos têm praticado o tratamento anímico desde sempre – p. 279;
_ descrição do método da hipnose – p. 281/287;
Personagens psicopáticos no palco (1942[1905 ou 1906])
_ considerações sobre as artes e suas relações com os afetos – p. 292/297. 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Em vez disso... - Osho


"Esqueça essa história de querer entender tudo. Em vez disso, viva; em vez disso, divirta-se. Não analise, celebre."
Osho

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Pensamentos, hábitos e circunstâncias - James Allen


"Os homens imaginam que os pensamentos podem ser mantidos em segredo, mas não pode, mais rapidamente se cristaliza em hábito, e o hábito solidifica-se em circunstâncias."
James Allen

A Paz do Eu Superior - Paul Brunton


"Quem já provou a imensurável alegria da paz do Eu Superior não vai querer recuar novamente à limitação do pequeno eu, pois saberá, então, que o Infinito, o Vazio, o Transcendente - como quer que se chame a perda do ego - não é uma perda da felicidade, mas uma ilimitada ampliação dela."
Paul Brunton

terça-feira, 15 de abril de 2014

Apólogo - O Relógio, o Tempo e o Rio - Cristiane Caracas

  
Pedro, um jovem pastor de ovelhas, vivia em um vale que ficava entre duas colinas Todas as tardes, na mesma hora, Pedro levava suas ovelhas para pastar na beira de um rio. Eram exatas duas horas de contemplação defronte ao rio, horas rigorosamente marcadas pelos ponteiros do seu relógio de algibeira.
Aquele rio de águas límpidas corria tão lentamente que o apelidaram de Rio Preguiça. Águas claras, serenas e mansas que estavam alheias a tudo que as rodeava, apenas seguiam. O seu leito não era uniforme, muito menos harmonioso. É que vez ou outra surgiam pedras que, quando não vencidas, eram contornadas e tais contornos lhe modificava a silhueta, mas não a sua essência, não deixava de ser rio.
Certo dia Pedro deixou cair no leito do rio seu relógio e, naquele momento, uniram-se o tempo e o rio. Não havia qualquer ligação entre os dois, o tempo angustiando por se achar escravo dos ponteiros, agitado, querendo passar, o rio desacelerado, sossegado, querendo ficar.
Começaram uma inimaginável discussão de águas e ponteiros. O relógio sussurrava para o rio que era hora de acordar e o rio respondia que não era preciso porque jamais adormeceu que suas águas eram passageiras, como o tempo, mas, diferente dele, não arrastavam mágoas, desilusões ou dores (coisas do tempo, dizia o rio), tudo isso era desaguado na foz, abandonados na imensidão dos mares e que diante do imenso não há lugar para coisas pequenas como os ressentimentos.

O tempo fazia inveja ao rio, dizia que marcava os nascimentos e o rio se ria do tempo, recordou que era ele também quem marcava a hora da despedida. O rio ensinava ao tempo que tudo passa e que ele também se ressentia de ter que deixar no mar as coisas boas que fizeram parte de sua vida de rio. Ensinou que o abandono é a parte do tempo não cativado entre pessoas que se querem bem.
O tempo falou dos amores perdidos. O rio mencionou as aluviões que lhe destroçavam as margens e que, assim como os amores perdidos, arrancavam pedaços, porém, teve que aprender a açoreá-los em outros lugares seus, tendo que esquecer que um dia foram margens, mas que, embora adormecidos no fundo das águas, não deixavam de ser parte dele.
O relógio pediu ao rio que também lhe ensinasse a passar e o rio replicou que não dependia do relógio, pois o tempo é quem decidia tudo.
 O rio suplicou ao tempo que jamais o deixasse esquecer sua nascente, o quanto foi pequeno e tudo o que teve que suportar e todos os obstáculos que venceu para deixar de ser olho d’ água, tornar-se rio e, no tempo certo, se confundir com o oceano. O relógio ressentido, metendo-se na conversa, mencionou que o tempo e o rio nunca mais seriam os mesmos porque assim como as águas se vão o tempo também não volta, ele sim seria sempre o relógio de algibeira. Em silencioso revide, por um instante, o rio refletiu em seu espelho d’ água a inutilidade do relógio sem o tempo, assim como as pessoas sem amores. Nesse ponto, o rio concordou com o tempo: Somos a memória viva daqueles que amo hoje e que amei outrora e depois perdi. Somos, assim, o resultado das marcas que nos foram impressas aqueles que no passado amamos intensamente e, por algum motivo, se perdeu de nós.

Passados alguns dias Pedro reencontrou seu relógio, estranhou, não parecia o mesmo, as horas já não passavam de forma angustiada, o despertador tocava sem compromisso com qualquer hora, minuto ou segundo, somente para lembrar ao rio, que era tempo de seguir em frente, não importando o que havia deixado pra trás e tão pouco o que haveria de encontrar pela frente porque, independente das pedras, ele era o rio que aprendeu e ensinou ao tempo a ser o dono de si e a se portar como mais importante que os ponteiros e as engrenagens de qualquer relógio.
CRISTIANE CARACAS
16/04/2014

Consciência - Sri Ramana