sábado, 31 de maio de 2014

Fábula - A Sombra da Cerejeira - Cristiane Caracas


Frondosa e com galhos longilíneos uma jovem cerejeira compunha a paisagem de um parque da cidade. Naqueles dias de outono ninguém prestava muita atenção a ela, passando-se por uma árvore qualquer, dentre tantas outras do lugar. É bem verdade que produzia, com sua copa, uma enorme sombra, mas esse detalhe também era despercebido aos olhos de todos, não era importante.
Pois bem! Foi nesse cenário de pouco interesse que uma cotovia, logo cedinho, pousou nos galhos da cerejeira e começou a cantar seu canto de alvorada, saudando o Sol que acabava de raiar. A árvore não gostou nem um pouco daquela intrusa que se assenhorou de seus galhos e, por isso, tratou logo de reclamar.
_Quem pensa que és? Não te dei licença para pousares em mim e muito menos usufruir de meus galhos!
A cotovia, não acostumada com tanta grosseria, foi logo se desculpando:
_ Me perdoe, Dona Cerejeira, não sabia que te importunavas, ao contrário, pensei que estivesses gostando já que com meu canto ofereço o que há de mais perfeito e puro em mim. É que costumo escolher a dedo a árvore para a qual dedicarei meu canto e tu me parecias tão linda! Merecedora do meu melhor.
A cerejeira encabulou-se com a delicadeza da cotovia e replicou:
_ Eu, linda? De onde tiras tal tolice, sou uma árvore qualquer no meio de tantas outras, sem nada especial, não vês?

A cotovia insistiu:
_ De certo não consegues te enxergar como és porque não conheces a ti mesmo. Buscas dentro de ti a tua essência e verás o quão és bela. Vou-me indo agora, não quero mais incomodar-te.
A cerejeira, arrependendo-se de sua arrogância inicial disse timidamente, quase querendo não ser ouvida: Podes voltar e declamar tuas poesias em canto, quem sabe um dia não aprendo a ver-me da forma que me enxergastes e não apenas a minha sombra que por vezes me sufoca? A cotovia respondeu: Não cabe a mim desnudar-te, essa tarefe pertence somente a ti, é personalíssima, enquanto não libertares a tua consciência para os segredos da alma ninguém será capaz de te mostrar a luz, razão da tua sombra. Busca tuas raízes, descortina os esconderijos, desvenda teus cativeiros e saberás quem de fato és.
A cotovia foi-se e deixou a cerejeira reflexiva acerca daquela prosa esquisita e ao mesmo tempo perturbadora.
Passados alguns dias, com a chegada do verão, pousou na cerejeira um bando de pássaros migratórios, uma centena deles, sem pedir licença invadiu a árvore em ensurdecedores grunhidos que mais pareciam gritos de terror, puseram–se a agitar seus galhos e muitos ali deixaram rastros fétidos em uma imundície jamais experimentada antes pela cerejeira. Depois se foram sem qualquer interesse na árvore que lhes dera abrigo contra os raios do Sol.
A cerejeira nada fez, portou-se de forma passiva, permitindo tamanho abuso e desrespeito, calou-se de forma vil e foi aí que se lembrou da cotovia. A cotovia tinha razão, ela me confiou o seu melhor e eu me ofendi com sua prenda, mas, ao revés, com os pássaros forasteiros permiti que deixassem seus excretos porque projetei a porção pior, somos, assim, espelhos do nosso “eu” interior ora se fazendo belos, ora se fazendo caricaturas de nós mesmos.
Chegada a primavera a cotovia regressou e encontrou a cerejeira revestida em flor, num verdadeiro espetáculo da natureza. Era aquela linda árvore que a cotovia havia avistado porque a contemplou com lentes de amor, renascida e destacada de qualquer outra do lugar, reflexo do seu âmago, agora liberto da sombra e pronto para, assim como no canto de alvorada da cotovia que é prenúncio de um novo dia, acolher a aurora da sua vida.
Cristiane Caracas
31/05/2014

A revolução em que acredito... - Chico Xavier


quarta-feira, 28 de maio de 2014

Medição do tempo - Brian Weiss


"Em se tratando de evolução espiritual, é interessante encarar o tempo como um rio. O tempo não deve ser medido cronologicamente, como fazemos hoje, mas sim em termos de lições aprendidas em nosso caminho para a imortalidade. As coisas nos acontecem quando estamos prontos."
Brian Weiss

Quem é sábio? Corvo Negro


terça-feira, 27 de maio de 2014

sábado, 24 de maio de 2014

Keep loving... - Osho


"Não perca nenhuma oportunidade de amar. Mesmo passeando numa rua você pode ser amoroso. Você não precisa necessariamente fazer nada, basta um simples sorriso. Isso não custa nada, mas seu sorriso abre seu coração, torna-o mais vivo. Segure a mão de alguém - de um amigo ou de um estranho. Não espere para amar quando a pessoa certa aparecer. Continue amando. Quanto mais você amar, maior é a possibilidade da pessoa certa aparecer, porque seu coração começa a florescer."
Osho

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Aceitação e Amor - Og Mandino


"De hoje em diante olharei todas as coisas com amor e renascerei. Amarei o sol porque aquece os meus ossos, amarei a chuva porque purifica o meu espírito. Amarei a luz porque me mostra o caminho, amarei a escuridão porque me faz ver as estrelas. Eu receberei a felicidade porque ela engrandece o meu coração, tolerarei a tristeza porque abre a minha alma. Aceitarei prêmios porque são minhas recompensas, receberei de bom grado os obstáculos porque eles são meus desafios."
Og Mandino

Dica de Vídeo n.º 48 - Chakras e Kundalini

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Virtudes necessárias... - Charles Chaplin



"Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."
Charles Chaplin

O Começo da jornada - Osho


terça-feira, 13 de maio de 2014

O lugar onde você vai plantar o seu jardim - Rubem Alves


"Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: 'Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.' Pare, leia de novo e pense. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você? Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim."
Rubem Alves

Nossa Senhora de Fátima


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Qual é a coisa mais importante da vida?

Oficina do Gif

"Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma pessoa de um país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos esta pergunta a quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. E quando perguntamos a alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a resposta será: a companhia de outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham que o ser humano não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer. E precisa também de amor e de cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós precisamos. Nós temos a necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos."
O Mundo de Sofia

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Fábula - A Coruja e o Rouxinol - Cristiane Caracas

Raquel era uma coruja esperta que como todas as corujas adorava a vida noturna. Era livre e costumava gabar-se de nunca se ter deixado apaixonar.
_ Paixão é coisa para os tolos, dizia.
_ Amar só se eu ficar louca, disparava em gargalhadas.
Em uma noite quente de verão, como outra qualquer sem nada diferente ou especial, Raquel foi a uma festa na mata vizinha, foram muitas aves noturnas, todas já conhecidas da coruja e sabedoras da fama de coração duro que ela tinha.

No meio do caminho, entretanto, pararam para uma prosa e foi aí que puderam ouvir um doce e suave canto que vinha da escuridão. Raquel jamais ouvira tão bela música e se emocionou com aquela melodia de tal forma que se sentia mexida, encantada por aquele som.
Quis saber de onde vinha, o porquê de todas as emoções que o canto lhe causava. As outras aves insistiram com Raquel a respeito da hora de partir, mas, a coruja, àquela altura pouco se importava com qualquer festa ou diversão, queria mesmo era encontrar aquele canto que como encanto encheu sua alma de luz, embora ela estivesse na mais absoluta escuridão.
E foi ao seu encontro de forma apressada, ansiosa, com medo da luz de sua alma se apagar. O canto ia se tornando cada vez mais próximo e Raquel pode ver ao longe, em cima de um arbusto de amoras, um pequeno rouxinol de calda vermelha que cantava para a escuridão em doces e suaves poesias, pretendendo esquecer sua solidão.
Raquel, descuidadamente, deixou-se apaixonar pelo canto do rouxinol de calda vermelha. Lembrou-se de suas palavras quanto aos tolos apaixonados e teve vergonha de seus sentimentos. Deu-se conta do estigma de feiura das corujas e aí teve medo. Um medo jamais experimentado dantes, medo de ser rejeitada, ridicularizada até.
_ O que diriam as outras aves de uma coruja feia se apaixonar por um lindo rouxinol? Ou pior, e essa ideia lhe era insuportável, aquele rouxinol rir dela e de seus sentimentos.
Recordou de quando falava que o amor somente lhe caberia quando estivesse insana. Indagou a si mesma se tudo não passava de um delírio, mas ao ouvi-lo novamente convenceu-se de que era amor.

Quis aproximar-se, recuou diante de sua covardia, pensou no que tinha a oferecer, teve consciência de sua insignificância. Não tinha atrativos físicos, muito menos um belo canto. Revoltou-se com sua própria condição, amaldiçoou o céu por tê–la feito coruja.
E todas as noites daquele verão vinha de mansinho, escondia-se entres os galhos de uma árvore qualquer e ficava horas ouvindo aquele lindo canto que lhe trazia paz, mas também era o causador de sua insônia. Os sentimentos se misturam assim para Raquel ora como luz, ora como trevas, era doce e ao mesmo tempo amargo, sofria, mas seus olhos grandes davam uma festa todas as vezes que ele chegava, seu coração se alegrava só de pensar que à noite iria poder ver e ouvir seu amado.
E foram várias noites em que a coruja silente amava sozinha aquele rouxinol. Nunca se fez perceber, jamais ousou encará-lo, não teve coragem de enfrentar seus medos e confiava que o tempo fosse lhe dar as respostas de que tanto precisava.
O que Raquel não sabia é que os rouxinóis, da mesma forma que chegam se vão, porque aves migratórias não se deixam aprisionar por lugar nenhum e, por isso, ele se foi sem dizer adeus. A ave não podia acreditar na partida de seu rouxinol que, embora nem desconfiasse, era a razão de sua existência.
Percebeu que até então não tinha vivido, apenas existido e que o amor, que iluminou à sua alma, é que ascende os corações, nos faz melhor e nos torna capaz de aceitar a ambiguidade dos seres, porque somos muitos quando amamos e não somos nada, além de fragmentos de existência, quando incapazes de amar.
Raquel compreendeu, em sua solidão, o quão tolos são os mudos apaixonados, quão insanos são os silentes amantes que confiam no tempo e esquecem que esse mesmo tempo tripudia daqueles que não têm a coragem de enfrentar suas próprias vozes e medos.
E até o último dia de sua vida Raquel, por se ter calado, teve que ouvir, nas noites escuras, não mais o lindo canto do seu amado rouxinol, mas o sussurro da solidão e o grito de dor da sua saudade chamando por ele.
Diz a lenda que nas noites de lua minguante, quando a escuridão vira dona do firmamento, todos os que amam em segredo, se ficarem em profundo silêncio, serão capazes de ouvir o lamento de Raquel que ecoa em um choro triste, por não poder voltar o tempo e dizer ao seu rouxinol tudo aquilo que ficou preso em sua garganta muda.

CRISTIANE CARACAS
09/05/2014

Dica de Música Nacional n.º 17 - Vumbora Amar - Alexandre Leão

Dica de Música Internacional n.º 17 - Your Song - Billy Paul

Fazer o Bem - John Wesley


quinta-feira, 8 de maio de 2014

O verdadeiro alvo da existência humana - Viktor E. Frankl


"O verdadeiro alvo da existência humana é, por essência, a autotranscendência e não a auto-realização. Quanto mais a pessoa buscar a auto-realização diretamente, menos a encontrará. Somente na medida em que se dedicar ao cumprimento do sentido autotranscendente, ela realizará a si própria."
Viktor E. Frankl

Paixão por descobrir - Osho