segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Medo da hipnose? Luciano Sampaio



O medo é cultural e necessário ao ser humano. É preventivo e nos faz cautelosos diante da realidade. O perigo é ele nos paralisar e não avançarmos ou ousarmos em nossos objetivos. Vencemos os medos quando conquistamos conhecimento e confiança no que fazemos. Exemplos: perdemos medo de Deus, quando confiamos em seu amor e em sua misericórdia; e dos procedimentos cirúrgicos, quando conscientes da competência do médico.
É comum o medo da hipnose, quer pelos mitos a seu respeito, quer pelo pouco conhecimento desta ciência. É mais divulgada por meio de shows hipnóticos em TVs. Isso é positivo enquanto se demonstra o fantástico poder da nossa mente inconsciente. No entanto, necessário se faz conhecer melhor a hipnose clínica, eficaz e curativa, que realiza procedimentos terapêuticos em diversos tipos de desordens psicoemocionais, como estresse, ansiedade, depressão, fobias, dependências químicas, tiques, gagueira, obesidade emocional etc.
Então, quais os medos mais frequentes em relação à hipnose? Um medo comum é o de perder o controle, a autonomia e a liberdade pessoal, tipo: “O hipnólogo pode fazer tudo o que quer com a pessoa?” “Ela fica inconsciente?” “Vai lembrar depois do que vivenciou no transe?” Vai descobrir segredos indesejados, como: “E se eu descobrir que minha mãe me rejeitou?”
Respondendo. Quanto a perder a liberdade, a pessoa não a perde. No processo hipnótico, ela fica consciente do que vem do inconsciente, acompanha tudo o que acontece, e depois se lembra de tudo o que vivenciou no transe, a não ser que o hipnólogo dê uma sugestão para que se esqueça.
Hipnose implica confiança e empatia. A pessoa acredita e interage com o hipnólogo. Então, ela vive o que se permite viver. Se, por exemplo, um hipnólogo inconsequente, induz um hipnotizado a matar alguém ou a tirar a roupa em público, se a sua formação não lhe permite isso, ela reage (não interage) e sai imediatamente do transe hipnótico, rejeitando a sugestão. Portanto, a consciência moral é preservada até pelo inconsciente, o que é muito bom. Neste sentido, também os segredos não são violados, mas protegidos. Em hipnose clínica, tudo o que se vivencia é para o bem, a saúde da pessoa.
Na hipnose, vivem-se quatro etapas: indução, aprofundamento, programação e saída da hipnose. Confie, supere o medo e desfrute bem da hipnose!
Luciano Sampaio
Psicanalista e hipnólogo

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